ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 24-3-2014.
Aos vinte e quatro dias do
mês de março do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Edi Wilson Dinho,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Kevin
Krieger, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu
Brasinha, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pedro
Ruas, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de
Lei do Legislativo nº 017/14 (Processo nº 0282/14), de autoria do vereador João
Carlos Nedel; o Projeto de Resolução nº 007/14 (Processo nº 0420/14), de
autoria do vereador Márcio Bins Ely; e o Projeto de Lei do Legislativo nº
031/14 (Processo nº 0432/14), de autoria do vereador Paulinho Motorista.
Também, foi apregoado o Memorando nº 009/14, de autoria do vereador Alberto
Kopittke, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento,
participação no Ciclo sobre Democracia, organizado pelas Fundações Perseu
Abramo e Friedrich Ebert, no dia vinte e seis de março do corrente, no
Município de São Paulo - SP. Do EXPEDIENTE, constaram: Comunicado do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, emitido no
dia dez de março do corrente; e Ofício do Fundo Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde, emitido no dia dezoito de março do corrente. A seguir, o Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Neusa Selma Lyrio Heinzelmann, do
Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose do Rio Grande do Sul – CEETB/RS
–, que discorreu sobre o trabalho desenvolvido pelo CEETB/RS, comentando a
situação da tuberculose em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Dr. Thiago, Lourdes Sprenger, Bernardino
Vendruscolo, Guilherme Socias Villela e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos estiveram suspensos das
quatorze horas e cinquenta minutos às quatorze horas e cinquenta e um minutos.
Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador João Carlos Nedel. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Clàudio Janta, Marcelo
Sgarbossa e Cassio Trogildo. Às
quinze horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Após, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando a
retirada de tramitação de processos: de autoria do vereador Delegado Cleiton,
com relação à Indicação nº 064/13 (Processo nº 3358/13); e de autoria do
vereador Alberto Kopittke, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº
142/13 e ao Requerimento nº 027/13 (Processos nos 1486 e 0547/13, respectivamente).
Em prosseguimento, foram aprovados Requerimentos verbais formulados pelos
vereadores Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Mario Manfro, solicitando alteração
na ordem de apreciação da matéria priorizada para a presente Sessão. Em
Votação, foi aprovada a Indicação nº 061/13 (Processo nº 3241/13), por vinte
votos SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos
vereadores Mario Manfro, Dr. Thiago, Sofia Cavedon, esta duas vezes, Reginaldo
Pujol e Alceu Brasinha, em votação nominal solicitada pelo vereador Dr. Thiago,
tendo votado Sim os vereadores Alceu
Brasinha, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Edi Wilson Dinho, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Kevin Krieger, Márcio
Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Paulo
Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha
Negra, votado Não a vereadora Lourdes Sprenger e optado pela Abstenção o
vereador Dr. Thiago. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº 002/14 (Processo nº 0156/14), por dezenove votos SIM e duas
ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pela vereadora Sofia Cavedon e pelos
vereadores Cassio Trogildo, Reginaldo Pujol, Idenir Cecchim, Delegado Cleiton,
Clàudio Janta, Márcio Bins Ely e Alberto Kopittke, em votação nominal
solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores Alberto
Kopittke, Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins
Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulo Brum,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e
optado pela Abstenção a vereadora Lourdes Sprenger e o vereador Pedro Ruas.
Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Pedro Ruas,
solicitando a retirada do Requerimento nº 010/14 (Processo nº 0375/14) da
matéria priorizada para a Ordem do Dia da presente Sessão. Também, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Mario Fraga, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante da Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 155/13 (Processo nº 1570/13).
Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 012/13 (Processo nº 1422/13), o qual teve sua apreciação
suspensa em face da inexistência de quórum deliberativo. Foi votada a Emenda nº
01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/13, a qual
obteve dois votos SIM, nove votos NÃO e seis ABSTENÇÕES, em votação nominal
solicitada pelo vereador João Carlos Nedel, tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha e Tarciso Flecha Negra, votado Não os vereadores
Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio
Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulo Brum e Sofia Cavedon e optado pela
Abstenção os vereadores Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim,
Lourdes Sprenger, Professor Garcia e Reginaldo Pujol, votação essa declarada
nula pelo Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezessete horas e dois minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Presidente declarou
encerrada a Ordem do Dia. A seguir, transcorreu o período de COMUNICAÇÕES, sem
pronunciamentos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Idenir
Cecchim. Durante a Sessão, os vereadores Mario Manfro e Dr. Thiago e a
vereadora Sofia Cavedon manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também,
foram registradas as presenças de Rejane Lourdes Pivatto e Maria Terezinha
Santos Dias, do CEETB/RS, e de Patrícia Werlang, do Programa Nacional de
Controle da Tuberculose. Às dezessete horas e onze minutos, constatada a
inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador Clàudio Janta,
o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Professor Garcia e Delegado Cleiton e secretariados pelo vereador Guilherme
Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará do assunto relativo à situação da tuberculose em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul e o trabalho desenvolvido pelo Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose no Rio Grande do Sul. A Sra. Neusa Selma Lyrio Heinzelmann, representando o Comitê, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
Também contamos com as presenças da Sra. Rejane
Lourdes Pivatto, do Programa Estadual de Combate a Tuberculose e do Comitê
Estadual de Enfrentamento da Tuberculose; da Sra. Maria Terezinha Santos Dias,
do Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose; bem como da Sra. Patrícia
Werlang, do Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Sejam todas
bem-vindas.
A SRA. NEUSA
SELMA LYRIO HEINZELMANN: Boa-tarde a todas e todos, boa-tarde Ver. Garcia,
Professor Garcia, Presidente dessa Câmara, senhores Vereadores, senhores e
senhoras presentes aqui. Bem, quando o Presidente me apresentou ele diz que eu
venho do Comitê Estadual de Enfrentamento da Tuberculose. Bem, mas primeiro eu
quero dizer para vocês quem eu sou, e o que eu faço lá no Comitê Estadual. O
meu nome é Neusa Heinzelmann, sou Enfermeira, especialista em Saúde Pública,
sou ativista do Movimento de Mulheres e do Movimento de Saúde dessa Cidade,
desse Estado e integrante da Coordenação da Organização não Governamental
Coletivo Feminino Plural, e do Fórum ONG/Aids do Rio Grande do Sul. Represento
o Fórum no Comitê Estadual e no momento faço parte da Presidência do Comitê
Estadual. E o que eu vim fazer aqui hoje? Hoje é dia 24 de março, é o Dia
Mundial de Combate a Tuberculose que foi criado pela Organização Mundial da
Saúde, instituído em 1982, em função de que nessa data estaria fazendo cem anos
da descoberta do bacilo de Koch, pelo médico Robert Koch. Muitas ações estão
sendo desenvolvidas ao longo desse dia e dessa semana para que a gente possa,
então, chamar atenção para essa doença em nosso meio, lembrando um pouco das
suas consequências para a população.
O que é, então, o Comitê Estadual? O Comitê
Estadual vem de uma ação desenvolvida, no Brasil, pelo Fundo Global –
Tuberculose Brasil, que atuou de 2005 até 2012, no País. Para enfrentar essa
luta contra a tuberculose, foram criados 11 comitês, na época, ainda
metropolitanos, em dez Estados brasileiros, sendo que Porto Alegre era um dos
lugares contemplados. Tínhamos, então, o Comitê Metropolitano de Tuberculose de
Porto Alegre, que englobava oito Municípios da Região Metropolitana.
A missão do Comitê – o Comitê só mudou o seu
âmbito, agora, para estadual – é ser um articulador entre Governo e a sociedade
civil buscando integração e contribuição para as políticas públicas de controle
da tuberculose no País, dando visibilidade às ações de mobilização, advocacy, comunicação social,
monitoramento e avaliação, com vistas à garantia da cidadania e defesa do SUS.
Para dar conta dessa ação, a gente vem
desenvolvendo um grande trabalho nos Municípios, nos locais onde essa ação é
necessária, para que se tenha uma intervenção mais direta, como é o caso do
Presídio Central de Porto Alegre. Por sinal, quero informar que, amanhã, a
gente vai fazer uma ação direcionada a essa população do Presídio Central,
especificamente em relação à fila das pessoas que vão fazer visitas no Presídio
Central. O trabalho vem sendo desenvolvido através de algumas estratégias de
CAMS, que é comunicação, advocacy e
mobilização social. E também de monitoramento e avaliação das ações que são
realizadas pelos Municípios.
Cabe salientar que a gente desenvolveu, também
ainda com o apoio do Fundo Global, um projeto chamado Zero por cento de
Abandono do Tratamento da Tuberculose, no qual 26 doentes em tratamento foram
acompanhados, e todos esses chegaram ao final do seu tratamento, atingindo a
cura, e este foi um projeto reconhecido em nível nacional. Eu pedi que a
publicação desse trabalho pudesse estar sendo distribuída para os senhores
tomarem conhecimento.
Cabe ainda falar de uma outra experiência que a
gente tem, que é através de materiais comunicacionais, que se chamam: Exposição
Tuberculose Tem Cura, SUS pra valer, e Sala de Situação e Tuberculose, que são
trabalhados que a gente vêm desenvolvendo ao longo de vários locais e vários
municípios. Quero citar alguns: a Expointer, o Acampamento Farroupilha, a
Estação Mercado do Trensurb, a Estação Esteio, Sapucaia, a Feira do Livro de
Porto Alegre, de Imbé, a Feira da Sustentabilidade de Osório, o Planeta
Atlântida, Ações do RS na Paz em Porto Alegre, entre tantos outros. E na semana
do dia 7 de abril, já quero convidar para que todos possam ver essa exposição,
esse material, pois ele vai estar instalado aqui no hall de entrada da Câmara, dentro da Semana de Humanização do SUS.
Foram ainda desenvolvidas algumas conversas com a Granpal, Associação dos
Municípios da região Metropolitana da Grande Porto Alegre, no sentido de que a
gente tivesse gestores mais atentos para essa realidade da doença no Estado,
promovendo ações para o seu enfrentamento. Junto à Frente Parlamentar Estadual
AIDS e Tuberculose, participamos de audiências públicas, como a que encaminhou
o Dia Estadual de Conscientização e Mobilização contra a Tuberculose, que está
instituído a partir desse ano como o dia 22 de setembro. Várias visitas de
acompanhamento aos municípios aconteceram nesse período, e, finalmente, em
abril de 2013, nós tivemos instituído o Comitê Estadual de Enfrentamento da
Tuberculose, por um Decreto do Governo do Estado, que é composto por 15
Municípios prioritários do Rio Grande do Sul. Esse Comitê é integrado pela
representação das Secretarias Municipais de Saúde, pelo Conselho Estadual de
Saúde e pelas organizações não governamentais, academias que estão envolvidas
com a questão da Tuberculose. Atualmente a presidência do Comitê é composta por
três pessoas: a Coordenação do Programa Estadual da Tuberculose, o Conselho
Estadual de Saúde e o Fórum ONG Aids do Rio Grande do Sul, que eu represento no
Comitê. Desde 2013 e, agora, em 2014, a gente tem previsto muitas ações em
parceria com alguns órgãos, como a Secretaria Municipal de Saúde de Porto
Alegre, num processo de sensibilização da sociedade civil para a causa da
tuberculose, já tendo ocorrido três encontros em três regiões da Cidade:
Glória, Cruzeiro, Cristal, Partenon, Lomba do Pinheiro, Leste e Nordeste. E
mais cinco encontros nas demais regiões estão previstos para os próximos meses.
Existe também um plano de ações contingenciais para
a Capital, que foi aprovado pelo Ministério da Saúde, em que serão
direcionados, basicamente, dois públicos mais vulneráveis, um deles é a
população em situação de rua e as pessoas coinfectadas de tuberculose HIV, onde
o Comitê participou desde a sua elaboração; e nós estaremos, com certeza,
desenvolvendo um trabalho, agora, na medida em que cheguem os recursos.
Mas, afinal, o que é essa tuberculose? Por que a
gente está tão preocupado com ela? A tuberculose é uma doença infecciosa
transmissível, que afeta principalmente os pulmões, embora ela possa aparecer
em outra parte do corpo. O seu principal sintoma é a tosse prolongada,
acompanhada de febre ao cair do dia, suor noturno, emagrecimento e fraqueza
geral, falta de apetite, enfraquecimento geral. É uma doença que tem cura e que
tem tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde. A situação da doença no
País, no nosso Estado e principalmente na nossa Capital é muito séria, é
alarmante. Em algumas regiões, então, os dados são bem piores que em outras. No
Brasil a gente tem notificados 70 mil casos de tuberculose, 4,6 mil óbitos. É a
quarta causa de morte por doença infecciosa, e a primeira causa de morte de
pacientes com Aids, e uma coinfecção de 9,6%, em torno de 10%, já é
preocupante. No Rio Grande do Sul, até 2012, são 6.620 casos de tuberculose,
uma taxa de incidência de 46 para 100 mil, 466 óbitos por ano, uma taxa de
mortalidade de 2 para 100 mil; 65% de cura, e se a gente lembrar que o recomendado
pela Organização Mundial da Saúde é 85%, nós ainda vamos ter que caminhar muito
para chegar lá; 11% de abandono, também a recomendação é de 5%. Numa coinfecção
de 20%, somente 53% dos contatos – que são as pessoas que estão diretamente
ligados àquela que está doente – são examinados. E o pior ainda: esse índice é
tendência de aumento dos casos de tuberculose multidroga resistente, que é
aquela que não responde aos tratamentos convencionais, e para os quais cada vez
se busca uma forma diferente.
Chegamos a Porto Alegre. Porto Alegre, hoje,
disputa com Cuiabá, no Mato Grosso, no ranking
de incidência, com 105 casos para 100 mil habitantes, sendo que 1.490 casos
novos notificados em 2012; com uma taxa de mortalidade de 4,7 casos para 100
mil; 57% de cura; 23% de abandono; e uma coinfecção de tuberculose/HIV em torno
de 30%, tendo como regiões de maior incidência Partenon, Lomba do Pinheiro,
Leste, Nordeste, Glória, Cruzeiro e Cristal. Sem contar que nós, das populações
mais vulneráveis, temos todas. As populações mais vulneráveis à tuberculose são
pessoas privadas de liberdade, que têm 28 vezes mais chance de adoecer; a
população em situação de rua, que tem 67 vezes mais; pessoas vivendo com
HIV/AIDS, 35 vezes; e os indígenas, 3 vezes. Então, temos que agir sem demora.
Mas Porto Alegre não é o único Município onde há essa gravidade. Na Região
Metropolitana estão 10 dos 15 Municípios prioritários do Rio Grande do Sul; e
Alvorada já ultrapassa a Capital no número de casos por habitante. Temos que
lembrar também que a cobertura da Estratégia de Saúde da Família, na Capital,
chega a mais ou menos 40% da população, somente.
Curar, no esquema básico, é fundamental para que a
gente possa evitar formas mais graves e complicadas dessa doença. E um alerta:
as taxas de ocorrência de tuberculose multidroga resistente, que precisa
necessariamente ser atendida em um serviço especializado, como é o caso do
Hospital Sanatório Partenon. De que forma a
Câmara pode contribuir para mudar essa realidade? Uma das iniciativas já
existe, só precisa ser retomada, Ver.ª Sofia Cavedon, que foi a autora do
projeto da Frente Parlamentar de Luta contra DST/HIV/AIDS, em 2009, que poderia
incorporar a questão da tuberculose, dada a sua magnitude. E uma das nossas
reivindicações é retomar o trabalho da Frente Parlamentar aqui. Outra forma de
contribuir no processo seria quanto aos incentivos, auxílios a serem concedidos
para os doentes sem acompanhamento. O doente que está em tratamento necessita
de alimentação, quando toma a medicação, em função dos efeitos colaterais.
Necessita de acompanhamento periódico em consultas e exames, o que nem sempre é
possível, porque precisa de recursos para o deslocamento, pois, às vezes, o
tratamento se dá em locais bastante distantes de onde ele está, mora ou se
encontra. Essas recomendações todas fazem parte de um relatório da Subcomissão
Nacional Especial da Câmara de Deputados, que é vinculada à Comissão de
Seguridade Social e Família, que tinha como tarefa analisar e diagnosticar as
políticas de governo relacionadas às doenças determinadas pela pobreza, que é
presidida pelo Deputado Federal Antônio Brito, da Bahia, e pela Deputada
Federal Benedita da Silva, do Rio de Janeiro. Também toda e qualquer ação que
venha colaborar na melhoria das condições de vida e saúde da população seria
muito bem-vinda.
Como
mensagem, digo que acreditamos no trabalho conjunto – gestão, sociedade civil e
trabalhadores da saúde – é imprescindível para alcançar melhores resultados,
porém há outros atores que são necessários nessa luta. E é por isso que a gente
está aqui em busca de parcerias com os integrantes desta Casa Legislativa.
Somente unindo esforços, conseguiremos modificar essa dura realidade do nosso
Estado, principalmente da nossa Capital. E a gente espera poder contar com
todos e todas. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado. Gostaríamos de convidá-la para fazer parte da Mesa.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Boa-tarde. Muito obrigada, Professor Garcia, nosso Presidente. Prezada
Neusa, cumprimento-a em nome da nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores –
está aqui o Ver. Marcelo Sgarbossa –, e, com muita honra, também, em nome do
PSOL, atendendo ao Ver. Pedro Ruas, que me solicita que o faça.
Nós queremos parabenizar o Comitê Estadual por se
dedicar a este tema da tuberculose. Nos trazes dados bastante sérios. Nós já
conhecíamos uma parte importante deles. É uma doença tratável, que pode ser
erradicada, e, infelizmente, isso não acontece.
Nós já aprendemos, eu já aprendi, com a Frente
Parlamentar, que é uma questão de tratamento continuado, de capacidade da
capilaridade de a nossa rede de saúde fazer o acompanhamento, fazer a
lembrança, não deixar que o paciente abandone o tratamento.
Obviamente que tem todas as etapas, o diagnóstico,
o atendimento especializado. Nos resta dizer que o nosso compromisso é o
desarquivamento da Frente Parlamentar de enfrentamento à questão da infecção
com vírus HIV e, também, da tuberculose, para construirmos ações de
conscientização, ações de chamada de atenção para os órgãos de saúde, em
especial para a sua rede de Atenção Básica, para que este atendimento, este
acompanhamento aconteça. Nós queremos parabenizá-la e dizer que é assustador
que Porto Alegre tenha 4,5 pessoas atingidas a cada 100 mil, enquanto que o Rio
Grande do Sul tenha duas, duas e alguma coisa. Porto Alegre, de novo, desponta
com indicadores muito tristes. Também na AIDS, infelizmente, nós ponteamos a
infecção. Nos preocupamos com o percentual de abandono: 23% de abandono do
tratamento. Então, são indicadores possíveis de serem revertidos e que poderão
trazer a cura, poderão diminuir muito o número de mortes por tuberculose.
Então, parabéns à sociedade civil, aos agentes de saúde que trabalham, que
atuam no fórum estadual. Contem com a Bancada de oposição para a retomada da
Frente e, com certeza, com todas as Bancadas. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Em nome do PSD, eu quero cumprimentar a Sra. Neusa. Fico preocupado com
esse número que foi trazido. Tive um amigo que estava abandonando o tratamento
e eu o convenci de que não deveria abandonar; e ele, hoje, está curado. É
importante que comecemos a divulgar sobre a continuidade desse tratamento, para
que possamos ter um Estado com um índice menor dessa doença, porque esse índice
é preocupante. Contem com o apoio do nosso Partido e deste Vereador. Parabéns
pela sua fala. É preocupante, mas é um alerta e esse é um quadro que podemos
reverter. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
THIAGO: Cara Neusa, quero fazer uma saudação especial ao importante Comitê
Estadual de Enfrentamento da Tuberculose. Quero dizer que a Comissão de Saúde e
Meio Ambiente da Casa está, como sempre esteve, aberta a discutir profundamente
este tema. Neste ano, estamos fazendo visitas, onde estamos constatando, in loco, os problemas, vamos discutir os
temas específicos e um deles é o da tuberculose. Para a senhora ter uma noção
bem clara, preocupou-nos muito a visita que fizemos, na semana passada, ao
Posto da Vila Bom Jesus, que é uma das regiões epidêmicas de tuberculose na
Cidade – a Bom Jesus e a Restinga, infelizmente, carregam esse estigma. O Posto
da Bom Jesus, por exemplo, não tem locais para isolamento de pacientes com
tuberculose. E fomos saudados pelos servidores municipais por estarmos fazendo
a visita, porque, com a nossa visita, os seis pacientes que estavam instalados
na sala de espera foram removidos na madrugada. Então, quero dizer que estamos
muito preocupados com a questão da tuberculose, essa doença realmente precisa
ter um tratamento capilar de forma importante e considerada. E nós precisamos
ter nos pronto-atendimentos – que muitas vezes atuam como hospitais, porque os
pacientes fazem o tratamento lá –, e nós precisamos ter nos nossos prontos–
atendimentos – são hospitais não colocados, o que é errado –, mas nós
precisamos ter, nesses locais, leitos de isolamento.
Parabéns pelo seu pronunciamento; efetivamente
leitos de isolamento por causa da tuberculose. Nós nos colocamos à disposição
do Comitê na Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Em nome da Bancada do PMDB, da nossa liderança, Ver. Idenir Cecchim, eu
quero cumprimentá-la, Sra. Neusa, por vir dar mais visibilidade a essa doença,
que era considerada erradicada e retornou. Conforme o nosso colega Ver. Dr.
Thiago falou, para nossa surpresa, nós nos deparamos com esse posto de saúde
onde tem muito atendimento para pacientes com tuberculose e não tem isolamento.
Também nos dias de hoje, com tanta tecnologia, com tantos medicamentos
modernos, não se admite que tenha essa reincidência tão acentuada. Queremos
cumprimentá-la mais uma vez por ter trazido esse assunto com grande
visibilidade.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Da mesma forma, Dona Neusa, queremos cumprimentá-la
por trazer esse assunto tão sério. Nós, até há alguns anos, convivíamos com uma
situação que era de isolamento desses doentes. Hoje, me parece que o isolamento
não existe tanto, mas há o pouco caso, o pouco caso das autoridades quanto aos
tuberculosos.
Na mesma linha, eu e o Ver. Dr. Thiago fizemos um
trabalho, um tempo atrás, com a questão da verminose. Há poucos dias, o Dr.
Magriço, que é uma autoridade no assunto, me liga e faz um comentário:
“Bernardino, nós precisamos fazer um debate porque muitas pessoas têm animais
de estimação em casa e, quando esses animais são medicados para combater os
vermes, há necessidade dos familiares, das pessoas que convivem naquele
ambiente também receberem esses remédios para combater a verminose, sob pena de
não ter efeito.” Então nós, leigos, ficamos, enquanto sociedade, a nos
perguntar qual é o melhor caminho. Por isso a importância de a senhora ter
vindo aqui hoje nos ajudar a divulgar o problema e sugerir – como está
sugerindo – um trabalho nesse sentido. Parabéns para a senhora, Dona Neusa!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Guilherme Socias Villela está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
GUILHERME SOCIAS VILLELA: Dona Neusa, em nome do Partido Progressista – da
Ver.ª Mônica Leal, do Ver. Kevin Krieger, do Ver. João Carlos Nedel – e no meu
próprio, apresentamos a V. Sa. os cumprimentos pelo trabalho. É interessante
notar que a tuberculose, no passado, era algo comum. Os grandes artistas – se
não me falha a memória, Van Gogh morreu tuberculoso. Depois a doença passou a
ser pouco comentada, mas ela existe; tanto existe que está aí o seu trabalho e
de seus colegas aqui presentes. Por tudo isso, apresentamos os nossos
cumprimentos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
temos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, quero cumprimentar a Sra. Neusa
Heinzelmann e dizer da nossa satisfação em recebê-la no dia de hoje e ouvir o
seu relato altamente qualificado a respeito da ação que já vem sendo
desenvolvida há mais tempo. Eu tenho hoje um privilégio e, ao mesmo tempo, uma
responsabilidade: as lideranças do Partido da Solidariedade e do Partido da
Social Democracia Brasileira pedem que eu, que sou dos Democratas, fale também
em nome deles, o que faço com muito prazer. Quero dizer que esse seu trabalho,
o trabalho de quantos estão nele envolvidos, não pode, de maneira nenhuma, ser
entendido como um final de tarefa; muito pelo contrário, é um caminho que
avança. É lógico que quem, como eu, tem 74 anos de idade tem uma visão da
tuberculose de 50 anos atrás, quando ela era totalmente letal. O tratamento da
tuberculose, antes do surgimento dos antibióticos, era algo quase impossível de
ser realizado. As pessoas ricas do Rio Grande do Sul iam para Belo Horizonte
aproveitar o clima de montanha de lá para tentar se recuperar. A classe média
vinha para Porto Alegre para se internar no Sanatório Belém, próximo a Belém
Velho, e aí as coisas aconteciam. Quando alguém conseguia regredir a
tuberculose, era uma festa espetacular. Esse fato hoje é mais comum e mais
propício que aconteça se a doença for respeitosamente cuidada, como pretende o
trabalho que V. Sa. coordena aqui no Rio Grande do Sul.
Esta Casa oferece este período, que é feito para
que a comunidade se manifeste, para que aqueles que não têm assento aqui venham
e falem em nome da sua comunidade, das causas que representam. Por isso esta
Casa tem a responsabilidade de dizer à senhora em
alto e bom som: conte conosco na plenitude do esforço que vem sendo realizado
pelo seu comitê. Meus cumprimentos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Queremos
agradecer a presença da Sra. Neusa e de suas colaboradoras e dizer aos
Vereadores que temos que estar atentos, esta Casa tem que participar e
colaborar com este Comitê Estadual de Enfrentamento à Tuberculose, que é uma
doença surda, mas que acontece no nosso dia a dia. Queremos parabenizá-la,
Neusa, e, ao mesmo tempo, colocar esta Casa sempre à sua disposição. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h50min.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 14h51min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos ao
O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Professor Garcia; Vereadores e Vereadoras; os prédios da nossa
cidade de Porto Alegre não possuem, hoje, um bom aspecto visual. Além da
dificuldade financeira dos proprietários dos prédios que não conseguem renovar
a pintura e que também não conseguem recuperar as calçadas, o que é um problema
sério na nossa Cidade, tem também um outro motivo importante, porém muito
triste, que são as pichações. A Ver.ª Mônica Leal esteve nesta tribuna na
semana passada e denunciou que o túnel da Conceição, onde haviam recém
concluído aquela bela arte do grafite, já tinha sido pichado por vândalos da
nossa Cidade. Que tristeza esse comportamento!
A Secretaria de
Segurança do Município deteve, este ano, aproximadamente 30 pichadores. Foram
presos, depois soltos, e parece, Ver. Valter Nagelstein, que aumentaram as
pichações. Que coisa mais triste o que está acontecendo com a nossa Cidade! A
Prefeitura, através da sua Secretaria e da Guarda Municipal, precisa,
urgentemente, tomar medidas corretivas para que isso não mais aconteça, ou que,
ao menos, seja diminuído. Pergunto aos Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras
como é que vamos apresentar na Copa, que é um evento de repercussão mundial, a
Cidade toda pichada, a Cidade com mau aspecto? Porto Alegre é uma cidade bonita
e parece malcuidada. É uma tristeza!
E por falar em Copa,
fico extremamente sentido, preocupado com o tratamento que o Governo Federal
tem dado à nossa Cidade nesses financiamentos para as obras da Copa do Mundo.
Vejam esse recente episódio que aconteceu na nossa Cidade. O Governo Federal
assinou com a Prefeitura, no dia 14 de janeiro, um empréstimo de R$ 400 milhões
para
várias obras da Copa, cujos recursos a Prefeitura já pagou, do seu bolso, R$ 97
milhões. Esse dinheiro é necessário para completar as obras, importante para
que as empreiteiras continuem o seu trabalho, e a Prefeitura, com imensas
dificuldades, completou esse pagamento de R$ 97 milhões. Esse financiamento
deveria ser uma liberação, praticamente, imediata, foi em janeiro. No dia 20 de
fevereiro – meu caro Muiraquitá, que nos visita em nossa Câmara, seja muito
bem-vindo –, ou seja, um mês e seis dias depois, o Governo Federal comunicou à
Prefeitura que havia uma pendência nas prestações de contas de um convênio
assinado em 2009, com vigência até 2010. A prestação de contas poderia ser
feita até seis meses após o término da vigência, ou seja, até o primeiro
semestre de 2011. Vejam, senhoras e senhores, até 2011! A Prefeitura prestou
contas e, quase três anos depois, o Governo Federal veio informar que havia
glosado uma parte da prestação de contas – no dia 20 de fevereiro comunicou
isso à Prefeitura. E não aguardou que a Prefeitura tomasse as providências, que
apresentasse os documentos, ou que devolvesse os recursos não aplicados e
glosados pelo Governo Federal. Comunicou no dia 20, e no dia 21 colocou a
Prefeitura no cadastro de inadimplentes com o Governo Federal. Ou seja,
bloqueou a liberação dos R$ 400 milhões por causa de cento e poucos mil reais,
Ver. Paulo. Não dá para entender, porque a Copa é uma organização do Governo
Federal. Em 2007 – já não lembro quando isso foi aprovado, parece que foi em
2007 – o Presidente Lula nos disse que todos os investimentos que fossem
alocados para a mobilidade urbana da Copa seriam a fundo perdido por conta do
Governo Federal. Depois, Ver. Cecchim – e V. Exa sabe disso muito bem –, a
coisa mudou. Depois de confirmadas as 12 sedes – aliás, a FIFA queria 8, mas
nós queríamos 12 –, o Presidente disse que não seria mais a fundo perdido, que
seria financiamento. Aí, Porto Alegre ficou devendo R$ 800 milhões. Isso não
precisava acontecer, mas aconteceu. Então, a Prefeitura vai pagar esse
financiamento, e é claro que colocou outros projetos além da mobilidade urbana
direta da Copa para aproveitar esse financiamento, porque são obras necessárias
para a Cidade e que deixarão um legado especial para a nossa Cidade.
Agora, depois que a Prefeitura prestou contas, veio
a liberação dos recursos. Só que vai vir em conta-gotas. A primeira parcela
será de apenas 10% do financiamento de R$ 40 milhões, e a Prefeitura já
adiantou 97, ou seja, não vai nem recuperar o que já adiantou.
São essas coisas que temos que explicar à
sociedade, e não podemos compactuar com essas dificuldades. A Copa é do País.
Nós podemos dizer, hoje, depois dos exemplos que estamos tendo de
financiamentos com recursos públicos para estádios, especialmente lá em São
Paulo, o Estádio do Corinthians – que é o meu time naquele Estado – que o
Deputado Edinho recebeu de mão beijada mais de R$ 1 bilhão, que faz falta para
o Grêmio, para o Internacional. Mas lá ele recebeu de mão beijada para fazer o
Itaquerão.
Então, por esses maus exemplos, muita gente não
está concordando com a Copa.
No entanto, se a Copa vai acontecer, se já está
decidido há muito tempo, se já foram gastos bilhões e bilhões de reais com esse
evento, não tem outra forma se não nós, agora, procurarmos fazer uma boa Copa,
recebermos com carinho as 600 mil pessoas previstas para virem ao nosso País,
acolhendo-os com carinho.
Nós precisamos apresentar Porto Alegre
adequadamente para o mundo. Nós precisamos, agora, apoiar a Copa, colaborar no
que for possível e tentar bem acolher os visitantes, porque esse é o maior
acontecimento que nossa Porto Alegre terá. E nós precisamos, efetivamente,
apoiar esse evento, que vai levar a nossa Porto Alegre para o mundo, que vai
colaborar com o turismo na nossa Cidade. Era isso, Sr. Presidente, e sou grato
pelo tempo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Derly está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, ocupo este período de
Comunicação de Líder do meu Partido, Solidariedade, a pedido dos dirigentes
sindicais que se encontraram, neste final de semana, nos dias 20, 21 e 22 –
dirigentes sindicais da Força Sindical, a qual dirijo aqui, no nosso Estado do
Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, Paraná, Maranhão, Ceará, Tocantins, Rio
Grande do Norte, São Paulo e Rio de Janeiro –, para tratar do sistema de
custeio das entidades sindicais. Esses dirigentes se reuniram, juntamente com
as federações dos sindicatos, e resolveram escrever a carta de Florianópolis,
com os seguintes princípios e moções. (Lê.): “Considerando que o Direito do
Trabalho e o movimento sindical, têm sido atacados por sucessivas propostas
legislativas flexibilizadoras dos direitos sociais e atentatórias à estrutura
do sistema confederativo e de custeio consagrado no texto constitucional; Considerando
a conjuntura de crise econômica internacional pelo qual vem passando o sistema
capitalista mundial que poderá suscitar em proposições alteradoras da
legislação protetiva do trabalho e de desestruturação do movimento sindical;
Considerando a ocorrência de atos antissindicais, praticados por órgãos
estatais, contra a organização sindical na forma de manifestações judiciais do
Precedente Normativo 119 e a Orientação Jurisprudencial 17 do TST, bem como a
atuação de alguns componentes do Ministério Público do Trabalho contrários à
livre organização sindical (...); Considerando que o conteúdo do presente
documento decorreu das proposições e dos debates ocorridos no Seminário O
Custeio dos Sindicatos: Aspectos Político-Jurídicos e deverão se constituir em
orientação básica para todas aquelas entidades sindicais vinculadas à Central
Força Sindical, bem como se traduzindo no posicionamento do movimento sindical
dos trabalhadores à sociedade brasileira; Considerando que o direito de
organização dos trabalhadores em sindicatos constitui rol dos direitos humanos
fundamentais. Tal premissa vem expressa nas diretivas e tratados internacionais
(...). Resolveram: 1. Repudiar todas e quaisquer práticas antissindicais
patronais e/ou estatais manifestadas na forma de decisões judiciais e/ou
atuação do MPT, que de alguma forma interfira na administração do sindicato e
nas decisões soberanas tomadas nas assembleias da categoria (...); 2. Produzir
dossiê denunciando os efeitos nefastos do Precedente Normativo 119 e a Orientação
Jurisprudencial 17 do TST e Súmula 666 do STF, expressados em decisões
judiciais e da atuação de membros do Ministério Público do Trabalho,
comprovando violação a direito humano fundamental da liberdade de organização e
de custeio das entidades sindicais; 3. Denunciar às entidades internacionais de
representação dos trabalhadores para que atuem pela imediata apreciação da
Representação 2739, apresentada perante o Comitê de Liberdade Sindical da OIT
(...); 6. Denunciar na Comissão Interamericana de Direitos Humanos violação ao
direito de organização materializado na prática antissindical do TST (PN 119 e
OJ 17), do STF (Súmula 666) e por membros do MPT (...).” Este documento foi
tirado pelas centrais sindicais, que vêm sofrendo grandes ataques. Nem durante
os regimes mais difíceis do Brasil, o movimento sindical foi tão assediado
moralmente, tão questionado quanto às suas estruturas e, principalmente, as
suas lideranças foram tão perseguidas como está acontecendo hoje, pelo Supremo
Tribunal Federal e, principalmente, pelo Ministério Público do Trabalho.
Então eu queria deixar registrado nesta Casa, já
que, no final deste documento, nós estamos propondo que, em todas as Casas
Legislativas do Brasil – Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas –, seja criada uma frente parlamentar em defesa da estrutura sindical, que,
hoje, oferece aos trabalhadores uma série de assistências comprovadas, desde a
saúde e a educação até, principalmente, reajustes e lutas para o trabalho
decente. Com força e fé, nós vamos lutar e mudar a vida dos trabalhadores
brasileiros. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.
Clàudio Janta. O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
O SR. MARCELO SGARBOSSA:
Boa-tarde, em nome dos Vereadores Comassetto, Mauro Pinheiro, Sofia
Cavedon, Alberto Kopittke e em meu nome. Eu pensei muito, neste início de
semana, com os trágicos acontecimentos da semana passada, sobre o que poderia
trazer aqui para mostrar para os meus nobres colegas: talvez imagens, talvez o
Facebook da Patrícia, uma das meninas que faleceu atropelada aqui na frente do
Tesourinha. Mas achei melhor não; acho melhor, Ver. Mario – isso seria um uso
político, não é? A Patrícia, em especial, era uma ativista da bicicleta – não
da bicicleta, mas de uma Cidade mais humana. Então, eu me segurei muito para
não entrar por esse caminho de uma certa utilização... Eu acho que as mortes
não devem ter sido em vão; onde estiverem, elas gostariam que isso servisse
para que não acontecesse o mesmo com outras pessoas.
Eu quero enfocar aqui o que nós, como Câmara de
Vereadores, podemos fazer. E podemos fazer muito mais do que ficar fazendo
comparações. Seguidamente, sobem aqui e dizem: “Nos 16 anos do PT não foi feito
tudo o que foi feito agora de ciclovias”. Realmente, não foi, era um outro
momento, Ver. Brasinha. A bicicleta era só lazer e esporte, hoje a bicicleta é
um símbolo de transformação da Cidade, e nós precisamos, sim, das ciclovias e
das campanhas educativas que estão previstas no Plano Diretor Cicloviário.
Bom, de lá para cá... Em 2009 foi aprovado o Plano
Diretor Cicloviário, que prevê 400 quilômetros de ciclovias – eu tenho aqui o
mapa, não sei se os colegas podem me ajudar a mostrar (Mostra o mapa.). Este é
o Plano Diretor Cicloviário, aqui são 400 quilômetros de ciclovias previstos
para a Cidade. Nós temos pouco mais de 20 quilômetros feitos, e já se passaram
cinco anos. A essa altura, pelo Plano Diretor Cicloviário, nós deveríamos já
ter feito 130 quilômetros. E tramita nesta Casa uma Lei do Executivo sob o
pretexto de se criar um Fundo – há pouco discutia com o Ver. Cassio sobre isso,
ele tem uma emenda nesse projeto de lei – para construção de ciclovias e para
as campanhas educativas. Quero reforçar bem este ponto: não é recurso só para
ciclovias, é para campanhas educativas, que, por exemplo, lembrem o motorista
de que ele deve passar pelo menos a 1,5 metro de distância dos ciclistas, está
lá no art. 201 do Código de Trânsito. Nós temos vinte e poucos quilômetros
feitos somente, e já se passaram cinco anos. Temos um recurso garantido, que é
de 20% das multas de trânsito, que deveriam ser destinadas a isso; a Prefeitura
não tem destinado esse valor, e o resultado foi uma ação judicial promovida pelo
Ministério Público, com a condenação, em 1º grau, e agora, recentemente, há dez
dias, em 2º grau, houve a confirmação da decisão, obrigando o Município a, nada
mais, nada menos, cumprir a lei, que é aplicar os recursos na construção de
ciclovias e nas campanhas educativas.
Em 2011, o Secretário Busatto comparece a uma
reunião na EPTC, ao lado do nosso Diretor, Presidente da EPTC, Cappellari, e
diz as seguintes palavras, num vídeo que já mostrado aqui no plenário: “Estou
aqui para, em nome do Prefeito [já era, então, o Prefeito José Fortunati],
dizer que, a partir do ano que vem [ou seja, 2012], nós cumpriremos a
destinação dos 20% das multas e aplicaremos na construção de ciclovias e nas
campanhas educativas”. Passou 2012, passou 2013, Ver. Janta, e continuamos com
vinte e tantos quilômetros.
Talvez não seja um problema de recursos, talvez
seja uma questão do conceito de modelo de cidade que se quer. Isso,
necessariamente, implica escolhas, e a rua tem um tamanho, ela é de cinco
metros, ela é de oito metros. Então, você precisa escolher de quem é a
prioridade dessa rua. Em muitos lugares será necessário restringir o espaço do
uso do automóvel individual em favor do transporte coletivo e em favor do
transporte não motorizado, como é a bicicleta.
Portanto, nós estamos precisando de decisões
políticas. Não é um debate técnico, não é um debate orçamentário; é um debate
de modelo de cidade que não tem a ver apenas com ciclistas, tem a ver com o
conceito de cidade você pensa. O uso da bicicleta melhora a saúde preventiva,
melhora o rendimento escolar, há uma série de benefícios que o uso da
bicicleta, comprovado mundo afora, pode trazer para a cidade.
Então, deixo um convite aos colegas: na semana que
vem haverá uma audiência pública, daqui exatamente a uma semana. Hoje é sobre o
parque do Gasômetro, Vereador; na segunda que vem, será sobre o Plano Diretor
Cicloviário. Fica o convite, e acho que o Executivo poderia, inclusive, retirar
da pauta e da Ordem do Dia esse projeto de lei, e nós mantermos a garantia dos
20%, e outros recursos como contrapartidas e orçamento poderiam vir também.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Boa-tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras. Uso o
tempo de Liderança em nome da bancada do PTB, nesta semana de aniversário da
cidade de Porto Alegre, quando Porto Alegre completa 242 anos, para convidar a
população, as lideranças comunitárias, os delegados do Orçamento Participativo,
seus conselheiros, as lideranças em geral, para uma Sessão Solene que
propusemos, que será realizada aqui nesta Casa, Ver. Mario Manfro, no próximo
dia 28, sexta-feira, às 19h; seria uma honra para nós que ela fosse presidida
pelo Ver. Professor Garcia, Presidente da Casa.
Nesses 25 anos do Orçamento Participativo, quando o
Prefeito Fogaça foi eleito, pairava, um pouco antes da eleição, uma dúvida
muito grande se o Orçamento Participativo seria mantido na cidade de Porto
Alegre. E o Prefeito Fogaça, durante a campanha, sempre disse que o Orçamento
Participativo não era mais de um governo, mas, sim, da Cidade. Eu tive a honra
de poder fazer parte da comissão de transição do governo Fogaça, que encaminhou
a transição do Orçamento Participativo. Acredito que essa forma que a Cidade
acabou escolhendo, que teve os seus méritos, pelos seus criadores, é uma
cultura que hoje está engajada à cultura da Cidade. E, efetivamente, esses 25
anos pertencem à cidade de Porto Alegre. Conversamos, inclusive, com a bancada
do Partido dos Trabalhadores, através do Ver. Alberto, para que possamos
convidar os ex-prefeitos petistas para participarem desse momento, juntamente
com os Prefeitos Fogaça e Fortunati, que garantiram a manutenção dessa boa
prática.
Eu queria aproveitar, também, para fazer o registro
de duas pessoas que nos visitam, da cidade de Medellín, na Colômbia, a Luiza
Fernanda, que é da Prefeitura de Medellín, Coordenadora do Orçamento
Participativo lá da cidade de Medellín. Eu peço uma grande salva de palmas a
Luiza Fernanda. (Palmas.) E também a Rocio Chavarria, representante legal da
Coordenação de Mulheres e Participação Comunitária do Pressuposto
Participativo, também de Medellín, onde, desde 2004, a prática do Orçamento
Participativo é uma lei municipal. Então, fica o convite aqui para esse grande
momento dentro da programação do aniversário de Porto Alegre, na próxima
sexta-feira, dia 28, às 19h.
Eu vou aproveitar aqui o nosso tempo final para
tratar um pouco do nosso Plano Diretor Cicloviário. Agora pouco o Ver. Marcelo
Sgarbossa fez uso também do espaço de Liderança para abordar. Eu acredito, Ver.
Marcelo, que o que mudou na Cidade em relação à política de entender a
bicicleta como um modal – que se possa constituir como modal de transporte
efetivo – foi justamente a vontade política, a partir de 2009, iniciativa do
Executivo Municipal de mandar a esta Casa um Plano Cicloviário, que está em
intensa aplicação na Cidade e que, realmente, tem as suas dificuldades.
A EPTC tem, a todo o momento, procurado incentivar
e aumentar a implantação das ciclovias em nossa Cidade. Mais do que isso, não é
só o Plano Cicloviário, é a obrigatoriedade que a expansão viária, qualquer
duplicação viária ou nova via que seja implantada na cidade de Porto Alegre
tenha que vir acompanhada da devida ciclovia. Portanto, nós não queremos aqui
ficar fazendo a discussão de que se poderia ter feito no período anterior. O
que nós precisamos, neste momento, é justamente achar a possibilidade de se
expandir a implantação das ciclovias, porque eu entendo e acredito que
realmente possa se constituir em um modal de transporte.
Eu moro na Zona Sul de Porto Alegre, no Bairro
Camaquã, e tenho ciclovia a um quilômetro da minha casa, que vem até o Centro
da Cidade, está muito próximo de concluir esse trajeto aqui, através da Av.
Beira Rio, que ainda falta um pequeno pedaço para ser concluído. Como disse o
próprio Ver. Marcelo, no Projeto de Lei do Executivo, Ver. Cecchim, que cria o
fundo cicloviário, eu fiz uma emenda, apesar de não gostar muito de puxadinho,
como diz o meu colega, Ver. Brasinha, mas eu estou tentando contribuir aqui
para que não se diminua o recurso que hoje efetivamente...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. CASSIO
TROGILDO: ...se tem para investir em ciclovias – os recursos
das contrapartidas. Eu estou fazendo uma emenda aqui que estabelece os 20% das
multas, ou o equivalente a 20%, que possa ser utilizado de outro recurso
orçamentário. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia – às 15h25min): Havendo quórum, passamos à Ordem
do Dia.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Delegado
Cleiton, solicitando a retirada de tramitação da Indicação nº 064/13. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero solicitar que o projeto de
nossa autoria...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, se V. Exa. permitir, eu vou ler esses
Requerimentos e, logo após, lhe dou a palavra.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem da
priorização de votação, para que o PLL nº 245/11 seja o último projeto da Ordem
do Dia de hoje.
O SR. MARIO
MANFRO: Eu acredito que Ver. Sofia até citou o projeto do Ver. João Carlos
Nedel, que talvez seja o mais polêmico, mas o meu é um projeto singelo, de Indicação,
poderia continuar sendo o primeiro. É só modificar um pouquinho o Requerimento
da Ver.ª Sofia, deixando o PLE nº 002/14 para ser apreciado em segundo lugar.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Srs. Vereadores, esta Casa, com a concordância dos
senhores, pode alterar a pauta a qualquer momento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, dou pleno acordo. Pode ser a Indicação antes, e depois o
projeto do Executivo, sobre o Minha Casa Minha Vida.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon, aditado pelo Ver. Mario Manfro, para que seja votada em primeiro lugar
a Indicação nº 061/13, e, em segundo lugar, o PLE nº 002/14. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND. Nº 061/13 – (Proc. nº 3241/13 – Ver. Mario Manfro) – ao Executivo Municipal, que assegura o acesso de estrangeiros em situação regular no território nacional à Administração Pública Municipal Direta e Indireta.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação a Indicação nº 061/13. (Pausa.) O Ver.
Mario Manfro está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº
061/13.
O SR. MARIO
MANFRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, é uma indicação
singela, que visa a colocar o Município de Porto Alegre em consonância com lei
federal e lei estadual, inclusive encaminhada pelo Governador Tarso Genro, em
2012, se não me falha a memória. Enfim, tanto em nível federal como em nível
estadual, esta lei já existe. Eu a acho justa, pois proporciona ao estrangeiro
em situação regular no território nacional, a possibilidade de prestar concurso
público, de ser efetivado em cargos públicos, claro que com algumas exceções
que a própria regulamentação da lei certamente trará em seu bojo. Claro que a
gente não pretende que o estrangeiro atue, por
exemplo, Ver. Delegado Cleiton, na área de segurança; isso já seria uma
demasia. Mas acho que o estrangeiro em situação regular, que paga os seus
impostos, gera emprego, tem, sim, o mesmo direito de prestar um concurso
público ou de assumir, inclusive, cargos em comissão, como já é feito – diga-se
de passagem – no Estado e na União.
Como isso é
prerrogativa do Poder Executivo, faço a Indicação, sugerindo ao Poder Executivo
que seria de bom grado para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, para a
cidade de Porto Alegre que fosse mandado para esta Casa um projeto nesse
sentido para ser analisado. Claro que, quando esse projeto vier até a Câmara de
Vereadores, teremos tempo de analisar e, inclusive, depois emendar e
aperfeiçoar, se for o caso.
Penso que é
importante porque, se há um estrangeiro extremamente qualificado, não podemos
simplesmente discriminá-lo por não ser brasileiro e deixarmos inclusive de
utilizar o seu conhecimento simplesmente porque ele não nasceu no Brasil. É
nesse sentido que peço a aprovação desta Indicação. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 061/13.
O SR. DR. THIAGO: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu perguntava ao Ver. Mario Manfro, caros
colegas, uma preocupação nossa com relação às habilitações profissionais no País.
É importante que todos saibam que, na semana passada, houve uma decisão do
Supremo Tribunal Federal, em turma, no sentido de que não possam os médicos
uruguaios sem revalidação do diploma no Brasil, à exceção desse plano
escatológico, que é o Mais Médicos, esse plano que já mostrou a que veio, que
realmente é um escândalo, porque mantém escravos os estrangeiros que vêm ao
Brasil participar dele. Nós já comentamos desta tribuna que nós temos relatos
de médicos cubanos que, se tiverem alguma oportunidade de sua família vir para
o Brasil, eles vão deserdar, vão sair do País, da égide do País. Então a nossa
preocupação, Ver. Mario Manfro, é exatamente esta: a validação profissional e o
devido registro profissional no País. E a isso, efetivamente, nós somos
favoráveis. Mas sem essa validação profissional e sem esse registro
profissional no Pais, realmente, isso não pode acontecer. Não acontece em
nenhuma parte do mundo! Só no Brasil que se inventa o jeitinho brasileiro para
poder, efetivamente, burlar as leis nacionais e fazer com que o País possa
trazer aqui uma coisa que já não se via antes, que são seres humanos escravos
do seu trabalho. Então eu queria fazer esse adendo, Ver. Mario Manfro, eu
queria fazer essa ressalva que eu julgo importante, para que, realmente, a
gente possa poder enfim trazer tranquilidade às nossas lotações. E peço a V.
Exa. que, se puder, pelo menos até no microfone de apartes, esclareça isso. Os
estrangeiros têm que ter revalidação profissional, porque, senão, efetivamente,
nós, que já temos tanta dificuldade na regulamentação de diversas profissões,
vamos ampliar isso, principalmente quando observamos alguns diplomas que não
têm a devida validade, alguns diplomas que não têm como confirmar se o
indivíduo era dentista, enfermeiro, médico em algum outro País, e, além disso,
alguns casos de efetiva escravidão no País. Este Programa Mais Médicos faz com
que médicos venham ao Brasil e suas famílias fiquem reféns em Cuba. Isso nós
temos observado, isso nós temos escutado de relatos, e já são mais de uma
centena de médicos que deixaram o Programa e que acabaram se evadindo e indo
para outros países. Então esse cuidado eu acho que é importante que a gente
tenha e acho que é importante que V. Exa. possa trazer esses esclarecimentos em
nosso microfone de apartes. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MARIO MANFRO: Apenas para
esclarecer já que não posso mais ocupar a tribuna. Realmente eu quero deixar
bem claro a todos os meus colegas Vereadores: primeiro, que a regulamentação
virá do Executivo, nós estamos apenas fazendo uma Indicação, mas, se for igual
ao estadual, Ver. Dr. Thiago, se for igual ao processo que o Governador Tarso
Genro enviou à Câmara dos Deputados, exige a revalidação do diploma. Não é como
o Programa Mais Médicos, o programa que trouxe médicos cubanos. Exige a
revalidação de qualquer diploma. Não só de medicina, odontologia, direito,
enfim, todos com a revalidação. Obrigado pela oportunidade de esclarecimento.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Talvez alguns
Vereadores não saibam, mas eu sou do Conselho Federal de Educação Física e este
ano, junto ao Fórum Nacional dos Conselhos da Área da Saúde, eu sou o
representante nacional. Amanhã, coincidentemente, vamos ter uma reunião em
Brasília onde o Governo Federal vai explicar o Programa Mais Médicos. Sobre a
outra questão, não há nenhuma dúvida, para todas as profissões regulamentadas,
os estrangeiros serão obrigados a fazer o seu registro.
O SR. DR. THIAGO: Vai tentar explicar
o inexplicável, Sr. Presidente, mas muito obrigado pela sua colocação.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 061/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu gostaria de apoiar a Indicação do Ver.
Mario Manfro em nome da nossa Bancada e dizer que nós, como qualquer país do
mundo, temos que ter a noção de que os nossos problemas não são exclusivos e
que não há soluções exclusivas num país fechado em si mesmo, sem diálogo, sem intercâmbio,
sem aprender e ajudar o mundo inteiro. Os movimentos de solidariedade, de
interlocução, de apoio mútuo que o Brasil vem promovendo, em especial com o
hemisfério sul do mundo, com a América Latina, buscando e reconhecendo nossa
condição de séculos de exploração, de desenvolvimento a partir de povos
oprimidos, de povos excluídos, países que viveram a expropriação de suas
riquezas, que viveram ditaduras militares patrocinadas pelos Estados Unidos, e
ditaduras que impediram que o povo, Vereador e ex-Presidente, vivesse reformas
importantes como João Goulart. Muito me admira, pois talvez, se não tivéssemos
tido um golpe militar de direita, Ver. Pedro Ruas, e tivéssemos tido a
implementação das reformas de João Goulart, talvez hoje a gente não precisasse
do Mais Médicos, Vereador. As reformas que transformariam a educação a partir
de 1960, 1962, com Paulo Freire, que foi expulso pelos militares, e que foi
para o mundo, foi ajudar o mundo, foi para a África, foi para o Chile, e de lá
escreveu a educação... (Problemas técnicos no som.) Muito obrigada. Lamento que o nosso ex-Presidente da
Câmara não perceba o quanto humanitário, transformador e revolucionário é
construir políticas quando um país tem limites no atendimento de uma política
básica que salva vidas. Lamento, Ver. Dr. Thiago, que V. Exa. não tenha
construído ainda a ideia da soberania dos povos, que cada povo é livre para
construir o seu sistema político, desde que não seja um sistema político
autoritário e retirador de direitos. Lamento que V. Exa. não saiba que o povo
brasileiro morre porque não tem, ainda, médicos que se disponham a ir para o
Interior de Porto Alegre. O Prefeito José Fortunati vai receber mais médicos
cubanos agora e diz que, pela primeira vez, ele terá – o seu Prefeito, o Prefeito
do seu Partido – médico em todas as Equipes de Saúde da Família, porque esses
médicos assumem o emprego, vão lá, trabalham, valorizam e não abandonam.
E quero deixar muito claro que a medicina de Cuba é
uma medicina humanitária, uma medicina profundamente comprometida com a vida,
com a prevenção, e ajudou muitos países. E quero lamentar profundamente que a
nossa corporação médica, muitas vezes – não são todos –, não compreenda que,
nesse período de transição, porque agora o Governo está ampliando vagas em
cursos e ampliando cursos, coisa que lamentavelmente as organizações médicas
impediam, para manter, infelizmente, uma profissão muito rendosa para que não
se popularize e não se garanta o atendimento da questão mais básica do ser
humano, que é o direito à sua saúde.
Eu vou repetir: Porto Alegre terá um médico/Saúde
da Família por equipe, porque está recebendo médicos cubanos do Programa Mais
Médicos, do Governo Federal ...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon prossegue a sua manifestação
de encaminhamento de votação da Indicação nº 061/13, a partir deste momento,
por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Programa esse que recebeu contribuições no Congresso Nacional, Ver.
Pedro Ruas, a quem agradeço. Programa esse que não está alienado, apartado do
debate do povo brasileiro, que não é um programa alienado da discussão do povo
brasileiro, do Congresso Nacional. O Congresso Nacional colocou regras, colocou
prazo. O Governo Federal está construindo outras políticas, a partir da pressão
e do debate. Não é o Governo que não é permeável. Outras políticas como a
ampliação – e isso é muito importante que exista – das residências médicas,
porque com mais residências médicas nós temos alunos saindo, disputando
residência médica em tantos lugares, com dificuldade de entrar alunos da
Medicina. Estamos estabelecendo, no Brasil, intercâmbio de conhecimento, de
cultura como nunca de fez. E aí eu não sei até hoje de algum médico que esteja
sem emprego, sem possibilidade de trabalho, sem oferta de trabalho, com muito
mais do que possa atender, não existe. Não existe médico brasileiro que não
tenha oferta de trabalho, que não tenha a possibilidade de ampliar a sua
atuação. Portanto, o Programa Mais Médicos não retira espaço do médico
brasileiro, quero deixar muito claro, não retira espaço, Dr. Mario Manfro, pelo
contrário, vem suprir onde a nossa produção, desses profissionais, não chegou.
Nós não compreendemos esse combate raivoso, esse combate que beira a falta de
urbanidade, de republicanismo, de cuidado com a vida. Às vezes, eu escuto aqui
e que sei ser o compromisso do Dr. Thiago. Sei que o Dr. Thiago atende todo dia
a questão da vida, aí não compreendo o seu discurso, a não ser nos marcos de
uma corporação que não consegue compreender a grandiosidade, a coragem de um
programa como esse. E a coragem que está alinhada com uma outra compreensão, de
um outro Brasil. De um Brasil para todos, senhores, não é um Brasil para uma
parte só dos brasileiros. As políticas federais têm problemas, mas o Brasil
está se propondo, pela primeira vez, a que todas as crianças estejam nas
escolas, a que todos jovens e adolescentes, obrigatoriamente, estejam no Ensino
Médio ou Fundamental, o Brasil está procurando cumprir essas políticas. Que
nenhuma pessoa, Brasinha, passe fome como você passou nas ruas. Então, o Bolsa
Família é para acolher o mais pobre, aquele que não tinha o que comer, que
vivia de migalhas. O Brasil está construindo uma transição a partir da sua
gente vivendo com dignidade, vivendo com emprego, vivendo com saúde, e que não
encontrava solução aqui no Brasil, teve que buscar políticas para além das que
a gente tinha. Mas eu quero dizer que é transitório, porque há um investimento
profundo nas universidades públicas brasileiras para ampliar vagas na Medicina,
assim como em todas as outras áreas, como as áreas de infraestrutura que o
Brasil vem devendo ao povo brasileiro, ao desenvolvimento do povo brasileiro.
Dez anos, em 500 anos, é uma transição muito pequena, Ver. Dr. Thiago! Dez anos
para produzir um médico que precisa fazer seis anos de Medicina e mais seis
anos para chegar a uma cirurgia cardíaca! Portanto, está de bom tamanho. V.
Exa. sabe melhor, bem melhor do que eu, que dez anos são necessários para um
médico poder atuar, para estar pronto para atuar com autonomia e com
eficiência! Então, é de transição, sim. Vamos fazer a contribuição, Dr. Thiago,
a partir da sua experiência, vamos melhorar o programa e vamos acelerar essa
transição, vamos cuidar deste povo brasileiro que merece saúde e dignidade, e
isso não pode estar submetido às corporações e a interesses exclusivos de uma
classe.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. DR.
THIAGO: Presidente, só gostaria de refutar aqui que este Vereador não é
alienado. Este Vereador trabalha na prática e no dia a dia. Médico brasileiro
trabalha, médico municipário, diferentemente do que a Ver.ª Sofia disse,
trabalha, trabalha muito e ganha muito pouco.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Eu só quero ressaltar... Ver.ª Sofia, V. Exa. já
falou, me permita.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente, ele entendeu errado. Por favor, só 30 segundos, Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereadora, eu sei. Só quero dizer que se trata de
um Pedido de Indicação ao Executivo Municipal que assegura o acesso de
estrangeiro em situação regular. Estamos minimizando o tema e ficando
especificamente na questão do mérito. Não gostaria que voltasse a esse assunto,
Vereadora. V. Exa. já falou. Senão vamos ficar na réplica da réplica. Colabora
comigo, Vereadora. Vou pedir a sua compreensão. Não estou fazendo injustiça.
Fica bem assim.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 061/13.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, quero, em homenagem ao autor Ver. Mario Manfro, dizer inicialmente
que...
(Manifestações paralelas.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Por gentileza, Srs. Vereadores, eu sei que o
debate acalorado faz parte, mas temos um orador na tribuna. Pois não, Ver.
Reginaldo Pujol. Eu parei o cronômetro quando V. Exa. parou de falar em função
das conversas paralelas. V. Exa. pode verificar isso.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, perco 30
segundos por querer respeitar a ordem dos trabalhos, mas ganho a oportunidade
de homenagear o autor e dizer em alto e bom tom o seguinte...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vou começar a acionar o cronômetro, agora, para
respeitar até o que V. Exa. perdeu.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, quanto tempo eu já estou perdendo
agora? Eu quero homenagear, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o autor da
Indicação, Ver. Mario Manfro, que, democraticamente, está enfrentando um
assunto com a responsabilidade que o mandato popular lhe determina em Porto
Alegre.
O Ver. Mario Manfro sabe bem que ele podia ter
proposto um Projeto de Lei Legislativo sobre a matéria. Iria polemizar e, no
final, nós iríamos aprovar, mas ele resolveu, Ver. Vendruscolo, aproveitar este
espaço que nós estamos procurando valorizar a Indicação e encaminhar ao
Executivo do Município uma proposta para o enfrentamento concreto de uma
situação vivida em Porto Alegre, sem maior alarde.
Evidentemente, que nós não estamos discutindo
alguns projetos nacionais e estaduais hoje em vigor, porque não dizem respeito
a este projeto! Todos podem votar a favor dele, mas nós não queremos que
ninguém vote por engano, achando que a matéria pretende chegar a um ponto que
não é o objeto do autor nem de todos aqueles que, sinceramente, o apoiam.
Em verdade, o que se busca é muito claro na
proposta: é assegurar aos profissionais cubanos, venezuelanos, portugueses,
ingleses, italianos, uruguaios que venham para o Brasil, que regularizem a sua
situação e que esta lhes seja assegurada dentro do Município de Porto Alegre.
Por que impedir todos aqueles que se submeterem às
regras nacionais? A legislação federal já abre espaço para tanto; a legislação
estadual, por igual. Seria possível, inclusive, como uma legislação suplementar
previsível, nós abrirmos esses espaços também em Porto Alegre, através de uma
lei específica.
O Vereador não quis, foi econômico, buscou um
caminho mais direto, mais rápido, e esse está à disposição da Casa.
Por isso, nós pedimos: vamos, de imediato, votar
essa Indicação, que poderá e deverá – penso eu – ser acolhida pelo Chefe do
Poder Executivo do Município de Porto Alegre. E providenciando ele, eliminar
qualquer necessidade de que, inclusive, se for necessário, mais tarde, se usar
a prerrogativa legal do processo de Lei Legislativo.
Era isso, Sr. Presidente, não mais do que isso,
evitando qualquer confusão que a matéria possa ensejar. É simples, é clara, é
objetiva.
Por isso devemos, de imediato, apoiá-la. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 061/13.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público das
galerias, eu quero, em primeiro lugar, parabenizar o Ver. Manfro pela
apresentação da proposta, que é um doutor também, e lida com a saúde. Receba os
parabéns de toda a nossa Bancada – Vereadores Cassio, Elizandro e Paulo Brum.
Também quero dizer que fiquei impressionado com a
nossa professorona Ver.ª Sofia, e quero parabenizá-la, porque ela é uma lutadora,
e, realmente, é uma Vereadora que trabalha, e trabalha muito.
E, certamente, na saúde, esse foi um programa de
extraordinária competência da Presidente da República. E essas coisas nós
aplaudimos. A Ver.ª Sofia chegou aqui e falou no nosso Governo Municipal, com o
José Fortunati, que reconhece fazer um bom trabalho.
Isso eu digo, Ver. Ruas, as coisas boas, quando
acontecem, nós temos que reconhecer, mesmo sendo oposição, nós temos que
reconhecer, quando é bom.
E a Ver.ª Sofia, extraordinariamente, reconhece o
bom trabalho que é feito na nossa Cidade, com o nosso Prefeito José Fortunati,
e os nossos Secretários, o time do nosso Prefeito José Fortunati.
O Ver. Cecchim sabe que eu sou um dos que contesta a fala da Ver.ª Sofia, mas sou obrigado a reconhecer quando ela faz um bom elogio, sabendo que é claro que a dona do projeto é a nossa Presidente Dilma, que, certamente, pensa em todos. Não dá para admitir não terem médicos, e médicos têm que trabalhar! Eu acho que eles trabalham muito pouco; deveriam trabalhar mais, porque têm oportunidade. Mas não estou querendo falar mal dos médicos, Ver. Dr. Thiago – quero que o senhor me desculpe. Eu sou favorável aos nossos médicos, mas também sou favorável a que venham de fora. Para os que têm que se curar, não interessa se for um médico de Cuba ou de Buenos Aires; o importante é curar o cidadão que precisa de atendimento médico imediato. Então, parabéns, Ver.ª Sofia! Estamos juntos nessa!
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Dr. Thiago, a Indicação nº 061/13. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADA
por 20 votos SIM, 01 voto NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0156/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/14, que autoriza o Executivo Municipal a
conceder ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), da Caixa Econômica Federal
(CEF), o uso dos próprios que descreve, para fins de implemento de construções
para habitação popular, na sistemática do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, VII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 24-03-14 por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em discussão o PLE nº 002/14.
(Pausa.) Não há quem queria discutir. (Pausa.) Em votação (Pausa.) A Ver.ª
Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 002/14,
pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Delegado Cleiton, nosso Presidente da Sessão neste momento;
senhores e senhoras; Vereadores e Vereadoras, hoje venho aqui para defender
duas políticas do Governo Municipal. Esta segunda-feita, para nós, é muito
importante, porque ela remete ao FAR, ao Fundo de Arrendamento Residencial, do
Governo Federal, e se refere a várias áreas da região da Cruzeiro, Cristal,
áreas que foram conquistadas com muita luta, com muita mobilização pelos
moradores da Av. Tronco, Ver.ª Lourdes. Algumas áreas foram compradas pelo
Governo, inclusive, porque foram indicadas pelas comunidades para o
reassentamento das famílias que serão deslocadas em função da obra da Av.
Tronco. Em 2011, eu e vários Vereadores desta Casa acompanhamos o debate que
fizemos, pelo menos em duas audiências publicas, da Câmara lá comunidade, nas
quais a comunidade deu os endereços das áreas, porque brigava muito para ficar
na região quando tivessem que sair de lá. E nós, infelizmente, em 2014, ainda
não temos nenhuma casa construída, mas temos um processo em andamento;
infelizmente, um processo que atropela muitas famílias. Nas Vilas Acaraí II,
Acaraí I, a canalização do arroio está passando no meio da comunidade; as
obras, o barulho, o pó, o barro, a mexida no esgoto estão atingindo diretamente
as famílias, que ainda não foram transferidas para a sua moradia, e este
instrumento, este ato hoje transfere as áreas para onde elas vão para o Fundo
Residencial do Governo Federal, para fins de realização do Programa Minha Casa,
Minha Vida nessas áreas. Nós queremos que se acelere esse projeto, queremos que
os projetos sejam licitados, nós precisamos que o processo seja dialogado, mas
que seja um processo célere, seja realizado. Por quê? As famílias estão
vivendo, como em outras comunidades, no meio dos escombros, porque algumas
famílias convidadas a usar o bônus-moradia saíram, outras foram obrigadas a
usar o aluguel social em função da obra, já em andamento, de canalização da
rua. Vejam que as famílias saíram da sua morada própria, onde estavam há muitos
anos, e vão para aluguel. Então, não há como se prorrogar tanto a construção
das moradias. Há uma situação bastante grave, dramática. Eu estive em várias
comunidades no final do ano passado, há muita indignação porque não veem
solução para sua vida, e o entorno só piora, o entorno fica congestionado,
conturbado no meio da obra. Nós, que fizemos a crítica e o acompanhamento de
todas essas comunidades, temos que hoje celebrar este encaminhamento das áreas.
Reconhecer que, com muita briga, o movimento Chave por Chave... Eu lembro muito
bem, em 2011, a última reunião do Orçamento Participativo, na Escola Eliseu
Paglioli, quando o Prefeito Fortunati finalmente afirmou que aceitava o Chave
por Chave e que, mesmo que a obra não ficasse pronta antes da Copa, seria
respeitado esse processo de dignidade humana, de direito dessa população que,
por mais que esteja em área que não é sua... Vamos dizer que, supostamente, não
seria sua, porque o Estatuto da Cidade hoje já diz que quem mora há mais de
cinco anos tem direito à moradia que responde ao sentido social da terra urbana
deste País; isso está na Constituição, está no Estatuto da Cidade. Mas o que a
gente vê, infelizmente, essa demora, essa dificuldade no encaminhamento dos
projetos, Delegado Cleiton, está penalizando essas famílias. Famílias que
lutaram muito, que vieram em audiência aqui, que estiveram na CUTHAB,
conquistaram esses terrenos, cá estão eles, mas, infelizmente, sofreram e
continuam sofrendo com as obras no seu pátio, no seu entorno, portanto, com
nenhum saneamento básico porque, uma vez que vão sair, a Prefeitura não está
cuidando de esgoto. O dia que eu visitei, a água não chegava, não tinha água
nessas comunidades do Cristal. Então, a situação é muito frágil, muito
vulnerável, e é muito importante a aceleração desse projeto. Até por isso pedi
que fosse o primeiro para não perdermos mais um turno, talvez, com um projeto
polêmico.
Quero, nesse sentido, dizer que o projeto é
bem-vindo. Que ele signifique, finalmente, a licitação dos projetos para a
construção das moradias que as mais de 1.500 famílias da Av. Tronco, em torno
da Av. Tronco e Cristal, conquistaram com a sua luta, com o seu trabalho, com
tristeza, com suor, com muita dificuldade financeira, com violência, porque há
muita violência nessas comunidades. Quem sabe, com diálogo e com políticas
firmes, a gente possa dizer que um dos legados das grandes obras vai ser
dignidade para essas pessoas, Ver. Reginaldo Pujol.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 002/14.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton; falo em nome da
Bancada do PTB – em nome dos Vers. Paulo Brum, Alceu Brasinha e Elizandro
Sabino. Esse PLE nº 002/14 vem consagrar um momento, talvez uma etapa
burocrática desse processo todo de regularização, de melhoria da vida de 1.500
famílias que moram na Av. Tronco. Este ano, Ver. Pujol, eu sou Vice-Presidente
da CEFOR, da qual o Ver. Cecchim é o Presidente; no ano passado, fui seu colega
na CUTHAB. A gente verifica que a questão, Ver. Villela, do Orçamento é muito
importante, porque temos uma concentração de todo o bolo tributário do País nas
mãos do Governo Federal. Essa obra, que foi dita que era uma obra da Copa do
Mundo, na verdade, é uma obra necessária há muito tempo, Ver. Cleiton! E acabou
tendo recurso disponível em função da talvez desculpa da Copa do Mundo para que
ela fosse realizada. Realmente, essa obra da Av. Tronco é emblemática porque
todas as ditas obras da Copa são obras de melhorias viárias. Aliás, desde o PAC
Copa do Mundo, já eram obras de mobilidade urbana, que, depois, foram
transferidas pelo Governo Federal para o PAC da Mobilidade.
A Av. Tronco sempre teve essa característica, que
vai além, Ver. Paulinho, da questão da mobilidade urbana. Ela mexe na questão
habitacional, na questão da vida das pessoas, do endereço das pessoas. Essa
etapa que se está cumprindo agora com a doação dessas áreas que foram
desapropriadas pela Prefeitura de Porto Alegre com recursos do Município, Ver.ª
Sofia, são R$ 27 milhões de recurso do Município de Porto Alegre, Ver. Thiago,
que a Prefeitura utilizou para desapropriar áreas próximas, no entorno de onde
moram essas famílias, ali da Av. Tronco, para que elas possam ter moradia com
dignidade.
O que a Câmara Municipal está fazendo neste momento é uma etapa burocrática, fazendo a doação dessas áreas para o FAR, permitindo, de forma imediata, que 300 contratos sejam assinados. O DEMHAB tem condições, a Prefeitura de Porto Alegre já tem condições de fazer a assinatura, Ver. Pujol, com a Caixa Federal para a contratação de 300 unidades habitacionais, que já tiveram o seu chamamento elaborado, já tiveram projeto executado pelas empresas que venceram o chamamento, e o devido projeto já foi aprovado pela Prefeitura de Porto Alegre. O processo de regularização é, realmente, complexo, e o Governo Fortunati, através do DEMHAB, tem atacado essa questão, Ver. Kevin. Nesta etapa, com a Câmara Municipal aprovando essa autorização da doação das áreas para o FAR, a partir da semana que vem já se poderá encaminhar junto à Caixa Federal a assinatura de contrato para a execução de 300 unidades habitacionais. Mas são 1.500 no total! E é verdade que o Prefeito Fortunati se comprometeu, lá numa audiência do Orçamento Participativo, com que as pessoas só sairiam de suas casas depois que tivessem a nova unidade habitacional construída, e isso está sendo cumprido. As outras 1.200 unidades, Ver. Tarciso, já estão também com o chamamento executado e estão com o projeto em andamento pelas empresas que venceram o chamamento, ou em fase de aprovação na Caadhap, que é a comissão da Prefeitura que cuida da aprovação das unidades habitacionais, da demanda habitacional prioritária.
Portanto, eu vejo que essa etapa que vamos cumprir
é uma grande demonstração de como é possível o Poder Público, nas suas várias
esferas de poder, se unir para resolver os problemas que, na sua grande
maioria, estão nas cidades, que é onde vivem as pessoas. Essas unidades
habitacionais serão construídas com recursos do Minha Casa, Minha Vida, que é
um programa do Governo Federal. E terão como contrapartida do Município –
contrapartida já na frente, para poder estabelecer esse programa – os R$ 27
milhões que foram utilizados na desapropriação dessas áreas.
Por isso encaminhamos, em nome da Bancada do PTB,
pela aprovação do PLE nº 002/14, para que se possa concluir e dar andamento a
essa importante fase de regularização das unidades habitacionais da Av. Tronco.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 002/14.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; na análise desta matéria é
importante que se analise essa operação complexa chamada “duplicação da Av.
Tronco”, que viabilizará um
sistema viário com seis faixas de rolamento, com largura no padrão
internacional e incluirá também, na implantação de corredor de ônibus e de
estações de integração, a implantação de ciclovia, passeios arborizados com 35
metros de largura, em média.
Além disso, Sr. Presidente, essa obra de tal
envergadura, por óbvio, implica não só na remoção, mas, de igual modo, no
reassentamento de aproximadamente 1.500 famílias que hoje residem na chamada
comunidade Tronco-Divisa. Com efeito, a fim de viabilizar de maneira hábil e
adequada o referido assentamento, é imprescindível que o Município doe próprios
municipais ou ceda direitos de posse dos imóveis arrolados na proposição ao
Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, da Caixa Econômica Federal, para a
construção de habitações populares por meio do programa Minha Casa, Minha Vida,
previsto na Lei Federal nº 11.977, de 2009.
Importa
sublinhar que o expediente administrativo está devidamente instruído aqui nesse
processo com a documentação pertinente às áreas arroladas no art. 1º, § 1º a 4º
da proposição em comento, qual seja decreto de declaração de utilidade pública
para fins de posterior desapropriação, documentos comprobatórios da
titularidade dos imóveis, imissão provisória do Município de Porto Alegre em
tais imóveis.
Esse é o projeto de lei que, na análise que fizemos
na Comissão de Constituição e Justiça, se manifestou constitucional, orgânico e
regimental, razão pela qual nós recomendamos a aprovação, até porque é digno
que se coloquem algumas considerações, Ver. Tarciso, que nos dão a plena
segurança do voto, porque objetivos vários estão sendo satisfeitos com a
aprovação deste projeto.
A própria Caixa Econômica Federal, que já tem empreiteiros batendo à sua porta para iniciar a construção desses imóveis, nos pede uma solução rápida e urgente sobre esta matéria. É o que nós estamos oferecendo, até porque o Município teve a cautela de colocar na lei algumas cláusulas que dão a mais ampla segurança de que os imóveis que vão ser ali construídos, Ver. Tarciso, sejam prioritariamente dirigidos ao reassentamento das famílias da Tronco e da Divisa, que tenham renda até três salários mínimos, ou seja, os verdadeiros necessitados. Por isso, cautelarmente, coloca algumas expressões, entre as quais a alternativa da doação ou transferência de direitos, porque é um fato que temos discutido. E temos uma posição muito firme neste particular: estamos doando muitas áreas para o Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, e é necessário que, agora, a gente coloque algumas cláusulas absolutamente comprometedoras no processo, porque, hoje, a Caixa é dirigida por algumas pessoas, amanhã poderá ser por outras; hoje, existe o Programa Minha Casa, Minha Vida com uma regulação legal, amanhã pode não existir. Então, é bom que fique, como está ficando aqui, claro na lei, que, não satisfeitos os compromissos assumidos por intermédio deste projeto, reverterão essas áreas para o Município e não ficarão num babilônico condomínio imenso...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: ...sem dúvida nenhuma a detentora do maior
patrimônio imobiliário da Cidade. Se esses imóveis vão ser mantidos pela Caixa
no seu patrimônio, mas utilizados em bem do povo, que assim o seja. O nosso
princípio legal de querer dar a posse e a propriedade do imóvel ao necessitado
transige, em parte; se nós garantirmos a posse, o direito real de uso até o fim,
que assim o seja. Não se discute pormenor, se discute é resultado, como dizem
os nossos colegas da Força Sindical e do Solidariedade. Que o resultado seja o
melhor possível!
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 002/14.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu já perdi a conta
de quantas vezes nós autorizamos, aqui, a ceder próprios para a Caixa Econômica
Federal. Eu acho que já está na hora de, cada vez que vem um projeto dessa
natureza, discriminar embaixo todos aqueles que nós já cedemos: “a Caixa já tem
este, este, este...” Deve ter uns 120 mais ou menos. Eu quero saber quais são
os próprios, isso deve estar ali relacionado. Estão relacionados esses de
agora. Certamente estão relacionados todos os processos. Eu gostaria de saber
quantos já foram destinados à Caixa Federal e em quantos deles já foram construídos
apartamentos ou casas. Porque nós só estamos passando terrenos, terrenos,
terrenos para a Caixa, mas eu não sei em quantos há construções em cima,
quantos apartamentos já foram feitos. Eu ouvi muito a Ver.ª Sofia Cavedon
dizer: “Até que enfim o Prefeito isso, o Prefeito aquilo.” Eu acho que tem
alguma coisa que não é bem assim. O que houve, na realidade, não foi falta de
terrenos; faltou gente para construir, faltaram construtoras, faltaram pessoas
que construíssem com aquele valor ridículo que a Caixa oferecia para
construírem os apartamentos. Era um valor muito baixo, então não havia ninguém
interessado em construir apartamentos. Há todos esses terrenos à disposição,
mas falta gente para construir. Depois, a Caixa deu uma remendada, aumentou o preço.
Provavelmente agora apareçam construtores. Só que nós precisamos saber, cada
vez que vamos votar projetos deste tipo, em quais dos terrenos que nós já
passamos para a Caixa Federal já há construções, para quais deles há projetos,
para quais deles já estão aprovadas as obras a serem construídas para que não
se faça a cada tempo uma autorização dessas sem saber quanto tempo vai demorar
para que seja feita essa obra, que é urgente. Quando se trata de moradia para
pessoas, todas as obras são urgentes. Não há uma mais urgente do que outra. Uma
é urgente lá no bairro Cavalhada, a outra é urgente lá no Sarandi, a outra na
São Borja, a outra na Lomba do Pinheiro. A pessoa que precisa de casa tem
urgência da sua casa. Então nós precisamos, de uma vez por todas, esclarecer.
Claro que todos são favoráveis que se construam casas, seja o nome que for,
Minha Casa, Minha Vida, ou “Minha Casa, Minha Dilma”, isso não tem importância,
isso nós vamos construir.
Estou olhando para uma foto aqui da Revista Veja
(Mostra fotografia.), onde aparece o Lula, a Dilma e o Edison Lobão na farra da
Petrobras. Todos eles – só para dizer que eu não falo do meu Partido –
pertencem ao time do Sarney, todos, principalmente o Edison Lobão, mas com o
Lula e a Dilma também. Quantas casas poderiam ser feitas, Ver. Janta, só com
essa bagatela de R$ 1 bilhão que foi paga a mais para aquela refinaria dos
Estados Unidos?! Só esse cidadão que está com a mão na cabeça, que foi preso na
semana passada, tinha em casa para construir muitas residências – em casa, em
moeda corrente! Está difícil, está muito difícil. Está aqui! (Mostra
fotografia.) A Dilma, o Sr. Edison Lobão, o Lula e o senhor que está ao lado
foi preso com um monte de dinheiro em casa que poderia fazer, olhem, muitos
apartamentos desses. Muitos! E esse dinheiro não vai voltar, de novo! Porque já
espalharam a tal de operação Lava Jato, mas não dá mais para ser lavar jato,
tem que ser lava cargueiro, porque não cabe nem mais no jato, tem que botar em
navio esse roubo, de tão grande que é, da Petrobras. Essa gente conseguiu
liquidar com a maior empresa brasileira, com orgulho! Se o Monteiro Lobato
estivesse vivo, ele estaria dando pulos, como ele está morto, certamente está
se revirando no caixão e dando pulos onde quer que ele esteja. Porque “O
Petróleo é Nosso”, era uma vez...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: ...Só para encerrar, Sr. Presidente. Muito obrigado. “O Petróleo é
Nosso” era naquela campanha do Monteiro Lobato, depois do Lula, mas agora o
petróleo e a Petrobras não são mais nossos, o petróleo é deles. É o grande
calote nacional, mais um, que este Governo deu. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 002/14.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
venho defender o Projeto de Lei do Executivo nº 002/14 como Presidente da
CUTHAB durante um ano, e um ano e alguns meses como Vereador desta Casa.
Andamos bastante por Porto Alegre e vimos a necessidade da criação de um banco
de terra. Hoje nós estamos vendo uma grande dificuldade, muitos e muitos porto-alegrenses
sem um local razoável para morar. Lá na Vila Tronco não foi diferente. Gostaria
de reforçar as palavras de quem é entendido e trabalhou em uma das secretarias
do Município, o Ver. Cassio Trogildo, que falou tudo o que poderia acontecer.
Mas quero reforçar, Cassio, que os moradores de lá ficarão na área, se não me
engano, no máximo 2 quilômetros afastados, mas ficarão na área. Em uma das
várias reuniões que eu fui lá na Vila Tronco, na Cruzeiro, um militante de um
Partido não queria que essa reunião fosse realizada e promoveu um
quebra-quebra. E os moradores diziam que não tinham nada contra a Copa, eles
queriam era ter uma habitação, queriam um melhoramento daquela área e queriam
ficar naquele local onde cresceram, se criaram, tinham amigos, vizinhos; o
armazém da esquina ficou por lá; o mercadinho da esquina ficou lá; os parentes
que moravam juntos receberam não só aquela casa, os parentes que estão
crescendo, a família que está crescendo, todos receberam casas lá, e isso é a
sensibilidade do Governo Fortunati em relação às discussões e encaminhamentos
da sua comunidade. Então creio que esse projeto irá beneficiar várias famílias.
Um pleito especial que começamos nesta Câmara foi a
casa de religião da Mãe Maria, e aqui desenvolvemos um grande debate com o
governo, com as suas secretarias, e a Mãe Maria hoje tem uma área especial: já
recebeu a sua indenização e a sua casa será construída em um terreno bem melhor
e com todas as condições para ela assentar os seus santos, a sua religião. E
assim tem sido feito com o restante dos moradores. Uma das grandes guerreiras
dessa luta hoje, presidente de uma instituição, é a querida amiga Bruna, que
sempre esteve na discussão, e mesmo fazendo parte de um partido que é oposição
sempre disse: “Não somos contra a Copa, nós queremos estar próximos e com casas
dignas”. Hoje, com este projeto, estaremos realizando esta demanda, que é uma
demanda comunitária. É bom que a gente reconheça este sentimento de transformar
uma situação que há muito estávamos querendo.
E digo mais: não vi o Fortunati, alguns anos atrás,
querendo que a Copa viesse para o Brasil; não lembro de ter visto o Fortunati
pulando e gritando “a Copa é nossa”, mas trouxe para Porto Alegre situações que
só conseguiríamos daqui a alguns anos, locais que nem são afetados pela Copa,
mas para os quais conseguimos um financiamento. E essa é uma parte do
cumprimento da promessa do Prefeito Fortunati, sempre junto com a sua
comunidade. Obrigado, Senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 002/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que hoje a
cidade de Porto Alegre e esta Casa estão comemorando uma reivindicação que já
se viu várias vezes as galerias fazerem, e também a CUTHAB, em várias
audiências e reuniões. Estamos desapropriando um bom número de terrenos – uma
reivindicação desta Casa, que muitas vezes os Vereadores fizeram neste
microfone – para moradia popular, um grande número de terrenos para o povo
trabalhador desta Cidade, através do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Mas, eu tenho algumas dúvidas. Se novamente nós não
vamos estar aqui vendendo uma ilusão, Ver. Brasinha, porque esse dinheiro para
construção dessas casas tem prazo de lei para ser liberado; um prazo limite de
lei, Ver. Tarciso, para estar nos cofres da Prefeitura.
Em dezembro, eu subi a esta tribuna para comemorar
o dinheiro que a União estava mandando para Porto Alegre – quatrocentos e poucos
milhões – e para concluir o sistema BRT, para concluir a ponte da rodoviária, e
até agora esse dinheiro não chegou. O dinheiro está por aí! Em uma hora faltou
um documento da Prefeitura, noutra faltou não sei o quê, noutra hora não faltou
mais nada. Já falei aqui na semana passada que é que nem o peão, quando vai a
uma loja e a loja começa a pedir um monte de coisa: é o contracheque, o
comprovante de residência, é o fiador; aí quando ele chega lá, ele já entrou no
SPC. Ele queria comprar ligeirinho para ver se dava tempo. E está acontecendo a
mesma coisa. Eu quero saber se esse dinheiro vai entrar nos cofres da
Prefeitura até maio. Depois não entra mais, gente! Se vai entrar é até maio, ou
nós vamos ficar aqui. E uma coisa, Ver. Cassio Trogildo, que é novo aqui nesta
Casa, Ver.ª Lourdes Sprenger, Ver. Alberto Kopittke, que são novos aqui, Ver.
Reginaldo Pujol, que eu aprendi rapidinho: oposição ferrenha, nesta Casa, só
tem nos números impares; nos números pares, todo mundo começa a caminhar. O
Ver. Reginaldo Pujol acabou de me elogiar há pouco, aqui em cima, tirei foto
com o Ver. Reginaldo Pujol e com o Ver. Mario Manfro... O que faz o período
eleitoral!
Eu quero saber se é verdade que esse dinheiro vai
estar nos cofres da Prefeitura. A Prefeitura de Porto Alegre e esta Casa estão
fazendo a sua parte: desapropriando terras, entregando terras para o Minha
Casa, Minha Vida. Nós já fizemos isso nesta Casa, e a Prefeitura já fez isso em
várias obras que hoje está nascendo capim, e até agora as coisas não aconteceram.
Nós sabemos as dificuldades que os Municípios estão enfrentando, nós sabemos as
dificuldades que os Estados estão enfrentando; todos os Municípios e todos os
Estados da União estão deficitários, suas receitas não estão conseguindo
suportar os seus custos. E acreditamos que a União não esteja tão bem assim, já
que várias dessas obras estão paradas, várias dessas obras que vieram com o
legado da Copa do Mundo estão paradas, várias dessas obras já foram anunciadas
para depois da Copa do Mundo. A minha dúvida, Ver. Tarciso, é se, depois da
Copa do Mundo, nós não vamos entrar num período de recessão, nós não vamos
entrar num período de pagar contas dessa Copa. Eu vejo a situação atual, como a
situação de um trabalhador, que muito eu conheço: chega no final do ano, o
trabalhador recebe o seu 13º, recebe as suas férias, ainda tira um consignado e
passa dezembro, janeiro e fevereiro maravilhosos. Depois, tem que pagar todas
essas contas, depois tem que pagar o consignado, depois está precisando de uma
antecipação do 13º. Eu espero que a União não esteja fazendo como os
trabalhadores, operários, que ficam trabalhando com o dinheiro futuro que
depois tem que vir a ser pago.
Eu espero que essa liberação da Prefeitura desses
terrenos venha junto com a liberação do dinheiro, como nós pedimos aqui para o
Hospital de Clínicas, que viesse a liberação desta Casa e viesse a liberação
automática da Prefeitura, coisa que ocorreu. Esperamos que isso ocorra também
com essas residências no Eixo Tronco.
Com força e fé nós vamos melhorar a vida do povo
brasileiro.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente, requeiro a V. Exa que a fala que fiz no início fosse fala em
tempo de oposição, se for possível, em função de que não havia consultado a
bancada porque o início da votação foi muito rápido. Faço isso para liberar a
fala pelo PT.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): V. Exa. combinou isso com os três Partidos de
oposição?
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Todas as cadeiras da oposição foram consultadas.
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): Então, eu solicito às nossas Taquígrafas – esse
caso não é muito comum – que, na fala da Ver.ª Sofia, conste que ela falou pela
oposição e não em nome do Partido dos Trabalhadores. Peço essa gentileza e
antecipadamente já agradeço por isso.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 002/14, pelo Governo.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Presidente, na pessoa de V. Exa. quero cumprimentar os Vereadores, as
Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, pela TVCâmara, senhores e
senhoras. Inicialmente, quero agradecer aqui o nosso Vice-Líder do Governo,
Ver. Reginaldo Pujol, que me concede este tempo de situação para que nós
possamos encaminhar favoravelmente a votação deste Projeto. Da mesma forma foi
possível que assim pudéssemos colher a posição de encaminhamento do PDT na fala
do Ver. Delegado Cleiton, que aqui também transcreveu a posição do nosso
Partido, favorável à aprovação deste projeto. Aliás, eu estava aqui atentamente
ouvindo a todos aqueles que a esta tribuna vieram no sentido de endossar essa
iniciativa do Executivo que, na realidade, neste projeto de lei autoriza a conceder ao Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, da
Caixa Econômica Federal – CEF, o uso dos próprios que descreve, para fins de
implemento de construções para habitação popular, na sistemática do Programa
Minha Casa, Minha Vida.
Então, eu quero aqui trazer também as
nossas impressões relativas a esse projeto, que é salutar para a Cidade,
principalmente porque ele agrega um valor ou um recurso para a construção das
moradias que a Cidade não dispõe, ou na realidade, se dispusesse, poderia e
vai, na medida do possível, investir em outras áreas, porque o recurso do
Governo Federal para implementação da habitação popular, a partir desse
projeto, está garantido.
Então, naquele período de 2011, final
de 2010, se estabeleceu, na Cidade, um questionamento a respeito da
construção de moradias. Eu vi aqui também o ex-Secretário de Obras, nosso
Vereador e colega Cassio Trogildo, falando algo que eu acho que é muito
relevante ser destacado desta tribuna, que é o fato de que a Copa do Mundo não
é só obra de infraestrutura. Nós também estamos querendo dar um aconchego, uma
resposta às famílias e às pessoas que há muito viviam na irregularidade, na
clandestinidade, em áreas invadidas e que, agora, vão passar para o mundo
formal, para o mundo da realidade formal da habitação do imóvel, com escritura,
com matrícula, com direito, inclusive, a participar de uma estruturação urbana
que lhe proporcionem benfeitorias e qualificação dos espaços urbanos das suas
moradias. Quando se aprova, quando se delimita num projeto, como essas
demarcações que estão feitas, para se implementar os projetos Minha Casa Minha
Vida, se pensa na largura da rua, na caixa da rua, se vai ter 12, 15 metros
para poder passar uma ambulância, um bombeiro; se qualifica o espaço urbano,
determinando no território um espaço para a creche, para uma área de lazer, uma
praça, um posto de saúde, diferente das situações irregulares, clandestinas ou
até autoproduzidas que, às vezes, apertam pequenos becos, amontoam as pessoas
que acabam vivendo, às vezes, sem condições de insolação, de ventilação, com
baixo teor de qualidade de vida. Então, neste sentido, eu quero dizer que, pelo
menos, para construir as casas nós temos dinheiro.
Às vezes o pessoal questiona, como questionavam nas
reuniões no Conselho do Plano Diretor de vez em quando, nas terças-feiras, nas
nossas reuniões ordinárias, conforme fosse a pauta da reunião: “Ah, mas vão
construir ali mil, duas mil unidades habitacionais? Mas aí não vai ter escola?
Não vai ter creche? Como é que nós vamos fazer, não chega lá o ônibus? Não tem
estruturação viária!”
Bom, mas, pelo menos, tem dinheiro para as casas.
Ou alguém vai acreditar que primeiro vão fazer a estrada, depois vão fazer a
creche, depois vão fazer a escola e, por último, vão fazer as casas? Mas se não
tiver dinheiro para as casas, não sai o resto! Então, pelo menos, vamos
garantir o recurso para construir a habitação popular!
Neste sentido, então, aqui também, agradecendo,
mais uma vez, ao nosso Vice-Líder do Governo por esse período cedido aqui, em
nome da Bancada da situação, encaminhamos pela aprovação do Projeto. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 002/14.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Sr. Presidente,
obrigado pela sensibilidade no ajuste da fala da Ver.ª Sofia. Nós estamos aqui
discutindo um Projeto de autoria do Executivo, que a nossa Bancada solicitou,
inclusive, prioridade pela importância que ele tem.
E, aqui, vem um gesto, um sinal do tipo de oposição que o PT tem feito aqui na Cidade. É uma oposição com responsabilidade, com compromisso com a Cidade, porque aqui, mais uma vez, nós vemos a mão do Governo Federal, a mão da Presidente Dilma, Brasinha. O Ver. Cecchim vem aqui toda vez e desmerece a Presidente Dilma Rousseff. Eu acho que todos da base do Governo Fortunati deveriam começar as suas falas dizendo: “Obrigado, Presidente!” Todo o Vereador da base do Governo Fortunati, quando sentasse aqui, deveria começar a sua fala dizendo: “Obrigado, Presidente!” Porque nenhum Presidente fez por Porto Alegre o que a Presidente Dilma está fazendo. E eu acho muito estranho, quem já está aqui, se organizando, apesar de fazer parte do Governo, apesar de lá no Congresso ficar fazendo chantagem para ter mais uns carguinhos, vem para cá fazer oposição para a Presidente Dilma, e vai fazer campanha para Presidente que sequer do Rio Grande do Sul é! Eles querem tirar a Presidente que mora em Porto Alegre, a que mais fez por esta Cidade do que qualquer outro Presidente da história do Brasil. Eu acho, no mínimo, um desrespeito com a nossa Presidente.
Olha, eu não vou falar do Programa Minha Casa,
Minha Vida; do PAC Saneamento – os colegas sabem dos recursos federais para
essas novas obras; do PAC Mobilidade. Eu acho que não se faz um buraco nesta
Cidade, Brasinha, que não tenha dinheiro da Presidente Dilma aqui. Todas as
áreas da atual administração são garantidas, se não bancadas, pelo Governo
Federal.
Eu não vou falar da segunda Ponte do Guaíba, da
448, porque têm uns que fazer de conta que não tem ali uma rodovia de um R$ 1
bilhão que desafogou a Região Metropolitana. Eu não vou falar dos R$ 400
milhões, para os quais aprovamos aqui a obra, há duas semanas, para o Hospital
de Clínicas. Eu não vou falar disso, senão gastaria todo o meu tempo falando do
que a nossa Presidente Dilma faz por Porto Alegre. Aliás, eu sei que o Prefeito
Fortunati é agradecido a ela; mas a base, aqui, não. Eu acho que, talvez, não
ganharam o número de cargos que queriam no Governo Federal e aí ficam aqui
brincando de oposição, enquanto, lá em cima, ficam mamando no Governo Federal.
Então tem uma incoerência importante aqui.
E o Ver. Cecchim veio aqui e falou da Petrobras ou
da “Petrobrax”, porque os candidatos que o senhor apoiou – o Serra, o Aécio –
sempre defenderam a privatização da Petrobras para que ela se transformasse em
“Petrobrax”. No final do Governo Fernando Henrique, a Petrobras valia R$ 50
bilhões; hoje, vale R$ 250 bilhões. Então tem R$ 200 bilhões nas mãos do povo
brasileiro para a gente lhe dar de troco. E o senhor pode ter certeza que, hoje,
temos Pré-Sal; temos R$ 155 bilhões de investimento que a Petrobras vai fazer
no Brasil, que a sua “Petrobrax” não faria. Então a gente tem muita
tranquilidade para esse debate. Eu não sei qual é o seu projeto. O PMDB tem
várias caras, conforme lhe convém, mas, agora, falar mal da nossa Presidente
Dilma... Não é, Ver. Brasinha? Venham aqui, ergam as mãos para o céu e digam,
todos os dias: “Obrigado, Presidente Dilma”.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro
Ruas, o PLE nº 002/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES.
O SR. PEDRO
RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a retirada do Requerimento
nº 010/2014 da priorização de votação da Ordem do Dia de hoje.
O SR. MARIO
FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem da
priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar para a
discussão e votação do PLL nº 155/13. Após retornaremos à ordem normal.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario
Fraga. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1570/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 155/13, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
assegura isenção do pagamento de taxa de inscrição em concursos públicos
municipais às pessoas que doarem sangue ou integrarem associação de doadores,
nos casos que especifica.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice
de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 10-02-14.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia):
Em discussão o PLL nº
155/13. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1422/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
altera o inc. XIII do caput e inclui
§ 4º no art. 118 da Lei Complementar 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, dispondo sobre recuo de ajardinamento. Com Emendas nos 01 e 02.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice
de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Socias Villela: pela aprovação do
Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Cassio Trogildo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 16-12-13 por força do art. 81 da LOM;
- discutiram a matéria os
Vereadores João Carlos Nedel, Any Ortiz, Marcelo Sgarbossa, Bernardino
Vendruscolo, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein, Idenir Cecchim, Alceu Brasinha,
Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Tarciso Flecha Negra e Kevin Krieger (cedeu
p/ Valter Nagelstein), em 19-02-14;
- adiada a discussão por
duas Sessões em 19-02-14.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia):
Em discussão o PLCL nº
012/13. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. João Carlos Nedel, a Emenda nº 01 ao PLCL nº 012/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Dezessete Vereadores presentes. Não
há quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 17h2min): Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos às
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, hoje é um dia importante para nós do PMDB do Rio
Grande do Sul. Eu falo por esse PMDB porque, pelo do Sarney, fala o Kopittke.
Eu queria referenciar esses 48 anos do PMDB e só, para que fique registrado nos
anais, uma homenagem aos ex-Presidentes desse Partido: ao Presidente Siegfried
Emannuel Heuser, que foi Presidente de 1966 a 1969; ao Senador Pedro Simon, de
1969 a 1986, depois, ele foi novamente de 2004 a 2010; ao Lélio Souza, de 1986
a 1989; ao André Forster, de 1989 a 1996; ao Giovani Feltes, de 1996 a 1997; ao
Cezar Schirmer, de 2001 a 2004; ao Odacir Klein, de 1997 a 2001; ao Ibsen
Pinheiro, que foi de 2010 a 2012. E um abraço também ao Presidente atual,
Deputado Edson Brum. Agora, eu queria dizer ao Ver. Alberto Kopittke que ele é
um homem educado quando ele está fora do microfone. Quando ele vem para o
microfone da tribuna, ele vira mal-educado e meio despreparado também na
tribuna, quero dizer isso, porque, se ele tivesse um pouquinho de preparo e se
olhasse no espelho um pouquinho, ele não pediria para que a base agradecesse a
Presidente Dilma. Eu respeito a Presidente do Brasil, mas não tenho nada que
concordar com ela. Quem tem que aplaudi-la e dizer obrigado são esses ladrões
que se fartaram no Governo Dilma e no Governo Lula, esses têm que agradecer a
Presidente Dilma, os ladrões deste País, porque nunca se roubou tanto desde
quando o Lula assumiu aqui. E ainda vem o Alberto Kopittke dizer que queriam
privatizar a Petrobras! Sabem por que o PT não quer que privatizem? Para poder
desviar dinheiro! Agora está explicado! Mentiram para o povo brasileiro, com
Pré-Sal, fizeram aquela onda toda, e nunca se roubou tanto neste país! Foi essa
cambada! Nunca se roubou tanto! Foram dois ou três para a cadeia, dois ou três
estão presos, muitos deverão ser presos ainda! Mas o dinheiro dos brasileiros,
roubado dos aposentados, do povo brasileiro, de tudo quanto foi lado, da Saúde,
da Segurança, esse dinheiro já está lá fora! com o Pizzolato, com esse outro
que está chorando ali na Revista Veja! Essa fotografia do Lula que está na Veja
de hoje, do Lula, da Dilma, do Lobão, que são todos da turma do Sarney – o
Lobão é afiliado, os outros são compadres –, esses sim roubaram, Ver. Kopittke,
e V. Exa. quer dizer que temos que agradecer todos os dias a Dilma. Nenhum
dinheiro que vem para Porto Alegre vem de graça! Tudo nós vamos pagar com juros
e correção monetária! Então, primeiro, Vereador, se informe, estude um pouco,
depois fale. Nós já estamos cansados com as suas balelas aqui, com essas
rompâncias de valentia e de bom menino que V. Exa. tem e não é! Então, vamos
parar e pensar um pouquinho: tem que agradecer as pessoas que fazem justiça! Eu
não vou agradecer a Dilma, eu vou agradecer: obrigado, Ministro Barbosa;
obrigado, Presidente do Supremo Tribunal Federal, que botou na cadeia uma turma
de ladrões! Mas tem muitos filhotes e companheiros desses que serão presos
ainda, se Deus quiser, e se o Judiciário atuar e está atuando. Presos pela
própria Polícia Federal, que, muitas vezes, foi usada, e agora não! Tenho que
reconhecer: muitas vezes, foi usada por interesses políticos, aqui no Rio
Grande do Sul mesmo! Para concluir, Presidente, usaram a Polícia Federal para
calar lideranças importantes, para que o Governador pudesse ganhar no primeiro
turno, mas esses tempos acabaram! Então, Ver. Kopittke, agradeça se o senhor
achar certo agradecer a ladrão, que não é o caso da Presidente. Não é o caso
dela! Segundo ela, ela foi ludibriada pelos outros petistas que a aconselharam.
Então que se dê o nome de quem é! Alguns já estão sendo presos e outros mais
vão ser. Eu acho que não precisamos dizer mais nada, Presidente. Muito obrigado
a V. Exa. e ao Joaquim Barbosa. A esse eu vou agradecer, Ver. Kopittke, porque
botou na cadeia alguns ladrões e ensinou caminho para prender mais gente!
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta solicitou verificação de
quórum. Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum.
(Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Dez Vereadores presentes.
Não há quórum. Está encerrada a presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h11min.)
* * * * *